Capítulo 33

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Matteo

Passo os dedos pelo seu cabelo, enrolando no meu pulso e puxando levemente ao aprofundar o beijo. Ela estremece quando puxo seu corpo com a outra mão, trazendo-a para mais perto de mim. Meu coração bate tão acelerado e descompassado, que poderia mover um carro apenas com a força dessa adrenalina. Gabriella me deixa louco.

— Matteo. — ela sussurra meu nome, interrompendo o contato e se distanciando.

Merda.

Posso sentir meu pau sendo pressionado pelo zíper da calça e sem vergonha alguma, ajeito o volume nos meio das minhas pernas e a encaro. Bom que ela veja o efeito que causa. 

— Foguinho. — digo — Você está me matando aqui. — ela abaixa a cabeça sem graça e o rubor nas suas bochechas deixa evidente seu embaraço.

— Não quero que minha mãe nos veja assim. — comenta envergonhada.

— Ela teria esquecido pela manhã, de qualquer forma. — sorrio.

— Você não disse isso, cara. — meu sorriso morre na hora e me sinto mal, pela primeira vez, por essa falta de filtro antes de falar, mas ao perceber o meu constrangimento, ela se afasta e começa a gargalhar, como nunca tinha visto. Ela é linda e me assustou pra caralho — Obrigada.

Oi?

Pelo que exatamente? — questiono totalmente confuso.

— Por melhorar tudo. — ela soa tão sincera, com uma verdade tão absoluta, que não tenho como descrever o sentimento que embola no meu peito. É uma coisa tão quente e forte, que me deixa sem ar — Por não me tratar diferente.

Mas você é.

Não deveria ter falado aquilo. — digo e sinto vergonha.

— Não posso viver ignorando a doença dela. — sua boca está meio vermelha pelo beijo e não consigo desviar meus olhos dela — Sua descontração me ajuda.

É impossível não me perder em toda a sua beleza e não falo de aparência dessa vez, o conjunto é tão incrível, que ser bonita é só mais detalhe. E ela é incrível demais.

— Que bom que te divirto, então. — digo e sorrio.

— Matteo. — diz séria.

— Não. — interrompo.

— O que? — pergunta.

— Sei o que vai dizer e não quero ouvir. — esclareço.

— Você não sabe nada. — argumenta confiante.

— Sei, foguinho. — passo a mão pelo cabelo, sentindo a frustração percorrer meu sangue e me viro para ela — Você já se arrependeu. — confirmo derrotado — Não é isso? — ela arqueia a sobrancelha e faz cara de deboche.

— Vai me deixar falar? — ironiza.

— Por favor, quebre meu coração, estou ansioso. — retruco mal humorado.

— Não é nada disso, perturbado. — acho graça no xingamento e me levanto — Então o que é? — cruzo os braços e ela me acompanha, ficando na ponta do pé, ao se aproximar do meu ouvido.

— Eu não quero que a minha mãe nos veja assim, então iria te convidar para entrar e subir para o meu quarto. — sussurra.

Puta que pariu. Sim.

— Você não está falando sério. — questiono desconfiado.

Em resposta, ela caminha como uma felina, toda silenciosa e perigosa, abrindo a porta e a deixando escancarada para que eu a siga.

Não reparo em nada. 

Não sou capaz de enxergar nada na minha frente além da mulher que rouba um pedaço de mim a cada vez que a encontro.

Ela mantém todas as luzes apagadas e a claridade que vem da rua, ilumina cada parte dela, fazendo seu cabelo parecer fogo. Nunca poderia esquecer essa imagem, porque ela simboliza toda a cor que mudou a minha vida. Uma pessoa que me resgatou sem intenção, sem esperar nada e que me ofereceu tudo.

Conforme sobe os degraus com uma discrição absurda, lança sua mão para trás e eu a seguro, como se fosse o único remédio que me manteria vivo e de certa forma é, porque se isso não acontecer essa noite, vou morrer com as bolas azuis.

MATTEO  Uma noite * livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora