Capítulo 91

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Gabriella

— O que aconteceu com a sua mão? — pergunto e a seguro de leve, conforme caminhamos juntos até um banco afastado na sala de espera do hospital.

— Eu estava fora de mim, foguinho. — responde e sorri — Fiquei nervoso e acreditei que sua mãe estava morta, então descontei em um parede.

— Parece uma coisa idiota de se fazer. — bato meu ombro na lateral do seu corpo, empurrando levemente.

— Agora vejo que foi mesmo. — declara divertido.

 — Que bom que deu tudo certo e que ela está viva. —  as últimas palavras saem dos meus lábios em um sussurro. Só de imaginar que o contrário poderia ser real, uma sensação horrível se instala no meu peito. 

— Que bom mesmo, querida. — Matteo me observa demoradamente e com os dedos bons, afasta uma mecha do meu cabelo, fazendo meu coração palpitar daquele jeito louco por ele.

— Eu amo você. — digo com o peito cheio.

— E sou o homem mais feliz por isso. — sua boca encosta na minha testa e perdemos um segundo ou dois assim — Eu amo você. — repete e se aproxima mais — Como nunca vou amar ninguém. — aperto meus braços ao seu redor e pela primeira vez em muito tempo, sinto que não falta nada na minha vida. Mesmo que minha mãe tenha aquele doença odiosa e que em algum dia vai me olhar e não me reconhecer mais, ainda assim, estamos bem. Não é algo que possamos combater, de qualquer forma, mas é a nossa realidade agora e lidar com isso da melhor maneira, só torna tudo mais especial. Uma prioridade certa e única. Valorizar cada pessoa que amo com todo o meu coração, é o que posso fazer de melhor.

 — Você é lindo. — sorrio e ele aperta a minha cintura.

— Não agora. — comenta — Porque estou sujo e alguém me chamou de fedido.

— Ainda assim é lindo. — confirmo rindo — Agora sente e me diga porque acordei sozinha ontem. — sua risada alta, faz como que recebamos um olhar furioso daquela senhora novamente. Fecho a boca na mesma hora, porque ser expulsa daqui seria ridículo.

— Camorra tinha ameaçado a Sandra, você sabe dessa parte. — assinto e ele continua, diminuindo a voz, quase como se estivesse cochichando — Reuni meus soldados e fomos até eles.

— Você está falando sério? — pergunto atônita — Meu Deus ...

— Muito sério. Tão fodidamente sério, querida, que precisava de um fim. 

 — Você poderia não ter voltado. — murmuro e essa constatação faz meu peito doer.

— Sim. — ele franze a sobrancelha por um instante, mas logo continua — Mas deu tudo certo e agora eles não são mais um problema.

— Eles morreram? — indago.

— Sim. — responde firme.

— Todos eles? — questiono surpresa e um pouco desconfortável. Mesmo tendo uma leve ideia, ainda é estranho estar envolvida, meio que em partes, da máfia e ainda mais esquisito olhar para ele, com esse sorriso e esses olhos tão bondosos, sabendo que é o chefe disso tudo. É quase impossível associar.

— Era necessário. — seus dedos fazem círculos demorados na minha coxa e me ajeito na cadeira, quando o calafrio percorre a minha pele depois do seu toque — O que me faz lembrar de um outro ponto importante. — diz.

— O que?

— Sandra foi envenenada, Gabriella. — ele suspira fundo, como se o simples fato de deixar isso passar, fosse um pecado mortalmente imperdoável — Quem fez isso é alguém próximo, porque meus homens não viram pessoas suspeitas entrando ou saindo da clínica.

— Céus, eu estava tão aflita com tudo que esqueci disso também. — coloco minhas mãos sobre o colo e desvio o olhar — Por que alguém faria uma coisa dessas?

— Por dinheiro, provavelmente. — explica e vira meu rosto, segurando gentilmente meu queixo.

— O que faremos? — pergunto e sua boca se aproxima, encostando nos meus lábios em um beijo rápido.

— Você vai ficar aqui, foguinho. — ele se levanta e abaixa os olhos até mim — E eu vou até lá descobrir.

MATTEO  Uma noite * livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora