Capitulo 49

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Mattos

— E então? — questiono assim que entramos no seu escritório.

— Sente-se, menino.

— Fale de uma vez. — retruco — Que porra está acontecendo agora?

— O Capo de Camorra foi assassinado e iniciaram uma armada contra a Cosa Nostra. Estão enfurecidos.

— E você pensou que me contar isso daqui a três dias seria uma boa ideia por que ... ?

— Porque te conheço e sei que é impulsivo, não gostaria que fizesse nada impensado.

— Por um momento, por um breve momento, paizinho, pensei que você era o chefe aqui, mas não é. — sorrio para ele e continuo — Não quero que se sinta na obrigação de tomar decisões, porque isso não cabe a você.

É tão foda ter que ser duro com Fillipo, mas ele precisa entender que o homem que ele conheceu um dia, não existe mais há muito tempo. Passei por coisas demais e sei o quão fodido o ser humano pode ser.

— Entendo e sinto muito, filho. Isso não irá acontecer novamente. — murmura constrangido e isso me dói pra caralho, mas preciso ser firme. Não posso pensar com a emoção.

— Ótimo. — digo — Por favor, me explique quais as novidades então, além dessa vingança eterna e entediante deles.

— Claro. — ele acende seu charuto e após puxar a fumaça, o apoia sobre seu cinzeiro velho de metal — Quem assumiu o comando do lado Sul agora, é um sargento experiente, aliás, ex sargento do exército Italiano. Agora é só um bosta com algumas medalhas. — ao reparar na minha cara confusa, ele continua imediatamente — Também não entendi a relação dele para esse posto, garoto, mas Camorra não segue uma linhagem de sangue como nós.

— Basta ser forte. — concluo. E idiota também.

— Exatamente. — diz sério — O que nos leva ao segundo ponto dessa conversa.

— Que seria ... — interrompo impaciente.

— O desgraçado colocou um preço para a sua morte.

Que maravilha.

—Por que? — indago.  — Além do obvio, é claro.

— A história sobre a invasão e a vitória no quintal de Batteli rodou todo o país e com Antony em outro país, torna você o alvo mais próximo. E nada melhor para o cara que quer ser temido entre os soldados, do que exibir a cabeça do líder da nossa famiglia.  — ele puxa a fumaça espessa outra vez e suspira — Você.

— Deu para entender essa parte. — comento mau humorado.

— Isso é um problema.

— Absolutamente. — confirmo — Nada vai acontecer, nem com Tony e sua noiva e muito menos com o meu sobrinho. Quero a guarda dobrada a partir de agora, ninguém entra nessa casa sem a sua permissão na minha ausência. Amanhã quero os soldados no aeroporto, escoltando cada convidado desse casamento. Quero soldados em todos os lugares e em cada minuto, até que eu resolva essa situação de uma vez por todas.

— Sim. — meu pai se levanta e apaga seu charuto, dá a volta na mesa, parando na minha frente — Essa suas saídas de noite precisam diminuir. Estou falando como um pai preocupado com a sua segurança agora, Matteo.

— Aprecio isso, de verdade. — fico em pé e nosso olhar se nivela, coloco minhas mãos sobre seu ombro e continuo — Mas filho da puta nenhum nesse mundo vai ser capaz de tirar minha liberdade de novo. — sinto quando seu corpo estremece levemente, provavelmente pensando no amigo traidor, que no final das contas, não passava de um lixo do inferno.

MATTEO  Uma noite * livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora