Destinos Traçados ━━ Neymar Jr.

Trinta e Dois

∾

São Paulo - SP, Brasil
05/02/2011

— FELIZ ANIVERSÁRIO!

Pietra pulou de susto com o grito da mãe e da avó ao chegar na cozinha da casa e riu ao ver as duas sorridentes ao lado da mesa de café da manhã bem arrumada e cheia de coisa, tradição no dia de seu aniversário. Soltou um gritinho animado e correu até as duas, sendo amassada em um abraço caloroso e demorado, escutando as felicitações e agradecendo as duas por todas as palavras de carinho e pelo café da manhã que com certeza estava delicioso.

— Minha pretinha já tem dezenove aninhos. — Vanessa fez um beicinho infantil e apertou as bochechas da filha, que riu. — Cresceu tão rápido. Parece que foi ontem que eu te segurei no colo pela primeira vez.

— Não foi ontem, foi dezenove anos atrás, mãe. — Deu risada da cara da mulher e se sentou à mesa.

— Tenho saudades de você bem pequenininha. — Confessou, também se sentando. — Por incrível que pareça, você era bem quietinha. Não é, mãe? — Riu, perguntando para Eva, que sentou na ponta da mesa sorrindo.

— Um anjinho. — Concordou. — Depois cresceu e ficou toda “independente”, falando o que desse na telha.

— Eu com certeza puxei isso de uma de vocês duas, então não podem me julgar! — Se defendeu Pietra, cortando um pedaço do bolo de cenoura com cobertura de chocolate e colocando em seu prato. — Já acordei morrendo de fome, acreditam? Sabia que ia ter um montão de coisas para eu comer. — Brincou, dando uma garfada e enchendo a boca de bolo.

— Aproveita, chocolate. — Sorriu Eva.

— O que você vai fazer hoje, Pi? — Indagou Vanessa, também começando a comer.

A garota pensou por alguns minutos sobre a pergunta, não tendo o que responder, porque não havia nada planejado para aquele dia. Sempre que comemorava o aniversário, era com Neymar, e agora, há meses que fingia que jamais tinha conhecido o jogador, mesmo com as milhares de mensagens que ele deixava em seu celular quase todos os dias, não tinha plano algum.

— Ah, não sei. Acho que vou ficar por aqui mesmo. — Murmurou e deu um fraco sorriso.

— Você e o Júnior...? — Eva puxou o assunto com cuidado.

— Não tem “eu e o Júnior”. — Disse. — Ele vai comemorar com a mulher que está carregando o filho dele, imagino. — Completou.

As outras duas mulheres se olharam e decidiram não insistir no assunto, voltando a atenção para o café da manhã e falando sobre qualquer bobagem.

[...]

Jogada no sofá e assistindo a um de seus filmes favoritos, Pietra aproveitava seu dia após recusar todas as tentativas da mãe e da avó de a fazer sair para comemorar o aniversário de dezenove anos. Estava confortável ali e não fazia questão de fazer mais nada, nem mesmo se levantar para buscar um copo d'água, porém ouviu palmas altas do lado de fora da casa, revelando que tinha visita.

Se perguntou quem estaria ali aquela hora, já que nenhuma das mulheres estava esperando por alguém, e decidiu fingir que não tinha ninguém em casa.