Destinos Traçados ━━ Neymar Jr.

Cinquenta e Um

∾

São Paulo, Brasil
02/09/2016

A testa de Pietra se franziu em confusão e ela encarou todo o rosto de Neymar, que sorria largamente para a preta. Ele estava com as mãos dentro dos bolsos da bermuda, um óculos de Sol pousado na cabeça, usando uma regata que dava uma visão melhor do corpo e das novas tatuagens dele para Pietra, e encostado no veículo que o pertencia, que estava estacionado na frente da casa da mulher, esperando uma resposta dela, que ainda assimilava o convite que tinha acabado de receber.

— Do nada? — Pi perguntou, quebrando o silêncio.

— Bom, já que você decidiu dar uma segunda chance para nós dois, para a nossa amizade, achei que seria legal fazermos algo juntos. — Explicou e diminuiu o sorriso. — Estou indo rápido demais? — Indagou receoso.

— Não, é que... ah, eu não estava esperando um convite para passar um final de semana na sua casa de praia. — Riu baixo. — Eu tenho que trabalhar. — Disse. Neymar piscou três vezes, encarando a preta. — E eu não posso faltar ou pedir folga, porque ainda é só um bico e se eu pedir demais eles vão acabar me descartando da lista deles quando precisarem. Não estou podendo me dar esse luxo. — Deu um meio sorriso. — Mas divirta-se! — Completou em um tom animado, até porque o jogador deixou claro que outras pessoas estariam presentes no passeio.

— Onde está trabalhando? — Perguntou curioso.

— Hoje vou trabalhar em um restaurante lá na Paulista. — Contou e se encostou no muro da casa, o que fez muitas memórias voltarem à mente de Neymar, de quando os dois ficavam horas ali conversando e trocando beijos até a mãe ou a avó de Pietra gritar mandando ela entrar. — Vai ter um evento e eu vou estar lá como garçonete.

— Quanto você ganha?

Pietra franziu a testa outra vez, inclinando a cabeça para o lado.

— Quase um pouco da quantia que preciso para quitar todas as dívidas. — Brincou com a própria desgraça. — Podemos sair outro dia, não? — Perguntou.

O jogador se afastou do carro e deu alguns passos até chegar à uma proximidade perigosa de Pietra, apoiando uma das mãos ao lado da cabeça dela e olhando todo aquele rosto antes de parar nos lábios por alguns instantes e segurar um palavrão pela enorme vontade que sentia de beijá-la a cada segundo.

— Vamos hoje, preta. — Insistiu.

— Júnior, se eu fosse rica como você, eu já estaria lá tomando uns caldos do mar. — Riu. — Hoje não dá. — Sussurrou, encarando cada detalhe dele, aproveitando a proximidade.

— Por favor. — Pediu novamente. — Ir para a praia sem você não tem graça. — Falou. Pietra riu baixo, virando o rosto e mordendo o lábio lembrando da última vez, que rendeu a perda da virgindade dos dois. — E o Davi vai. Ele está louco para ver você. — Usou o filho e a preta o olhou novamente, com uma leve expressão de irritação na cara.

— Não usa o Davi, preto! — Mandou, acertando um tapa no peito dele, que riu.

— Sei que ele é um pontinho fraco, não poderia ficar sem tentar. — Sorriu. — E então?

— Eu adoraria ir, Júnior, sério. — Falou sincera. — Seria bom pra gente reestabelecer um pouco mais a amizade, passar um tempo juntos, sem contar que eu iria poder ver e brincar com o Davi, já que faz um tempinho que não consigo ir passear com ele, mas eu realmente preciso trabalhar. — Disse e Neymar fez beicinho, a fazendo engolir em seco pela vontade de juntar sua boca na dele e o beijar. — Você conseguiu vencer na vida, não precisa se preocupar com essas coisas, só que eu sim. Sou a única trabalhando no momento aqui em casa e tenho que...