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Um barulho na sala de estar chamou a atenção de Vanessa, que estava se preparando para ir dormir, e ela franziu a testa, se perguntando se a mãe havia acordado e ido aprontar alguma coisa, mas então lembrou que poderia ser a filha voltando do jantar que teria com o noivo. Terminou de vestir o pijama de coraçãozinhos que ganhou de presente no último aniversário, sorrindo para o espelho ao ler mais uma vez a frase “A mamãe mais linda do mundo” na parte de cima, e depois saiu do quarto.
Caminhou calmamente até a sala de estar, encontrando Pietra sentada no sofá. Piscou algumas vezes e inclinou a cabeça para o lado, ouvindo a filha fungar.
— Oi. — Sussurrou, com medo de assustá-la.
Pietra levantou a cabeça, olhando para o lado. Passou rapidamente as mãos no rosto e abriu um leve sorriso.
— Oi, mãe. — Falou. — Pensei que já estivesse dormindo. — Comentou.
— Eu estava me arrumando para isso, mas então ouvi um carro e uns barulhos aqui na sala, imaginei que você tivesse chegado. — Falou e se aproximou, sentando ao lado da filha. — O que aconteceu, Pi? — Perguntou baixinho, acariciando a bochecha dela com as costas da mão.
— Acho que perdi o controle da minha vida. — Disse com a voz embargada. — Não sei o que eu quero, não sei o que devo fazer... eu não sei de mais nada, mãe.
— Duvido muito disso, meu amor. — Sussurrou e se aproximou mais, abrindo os braços.
Pietra deitou a cabeça sobre os seios dela e soluçou, recebendo o carinho da mãe.
— Não vai mais ter casamento. — Contou baixinho, aproveitando o cafuné. — Hoje eu descobri uma coisa que já estava na minha cara há tempos e eu simplesmente ignorei: os chifres que o Gabriel vinha me colocando todo esse tempo. — Falou e Vanessa arregalou levemente os olhos. — Ele foi para os braços de outra depois que discutimos sobre eu não querer me casar e hoje deixou escapar, porque me confundiu com a tal mulher.
— E quem é ela? — Indagou Vanessa.
— Com certeza é uma colega de faculdade. — Deu de ombros. — Não me importei em perguntar, eu só vim embora.
— É por isso que está chorosa assim?
— Não. — Sussurrou. — Para falar a verdade, eu não senti nada com essa descoberta. Eu já não queria me casar, já vinha me questionando bastante sobre esse relacionamento, então acho que estava apenas esperando um momento para terminar tudo.
— Você estava aguardando uma bola fora do Gabriel para terminar sem peso na consciência, não é? — Perguntou.
— Sim. — Respondeu. — Eu não amo o Gabriel, mãe.
— Eu sei, Pi. — Murmurou. — Você só amou um homem nessa vida.
— E ele voltou. — Disse chorosa. — Eu estava vindo embora andando e o Júnior passou de carro, porque estava vindo aqui em casa para conversar comigo, e eu acabei aceitando uma carona, já que o meu pé já não estava aguentando mais. — Contou e levantou a cabeça, olhando para a mãe. — E aí ele puxou o assunto do dia que ele foi embora, então começamos a discutir e... doeu. — Sussurrou, se encolhendo e deixando as lágrimas voltarem para seus olhos. — Muito, mãe. Eu pedi desculpas por não ter conseguido ir, expliquei o que aconteceu aquele dia, como me senti quando ele simplesmente sumiu, e ele também se desculpou.
— Qual o problema então, filha? — Perguntou confusa, segurando nas mãos dela com força.
— O problema é que eu não sei se essa volta do Júnior para a minha vida é algo bom ou ruim. — Chorou. — Não sei se tem alguma chance de voltarmos a sermos como antes.
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Destinos Traçados ━━ Neymar Jr.
Fanfiction✿*:・゚ ㅤ No dia 05 de fevereiro de 1992, em uma maternidade aleatória do estado de São Paulo, duas mulheres ouviram o choro estridente de seus bebês assim que nasceram e se sentiram realizadas no mesmo instante, sabendo que nada mais faltava para el...