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São Paulo, Brasil
✈️
Paris, França
04/02/2018Um resmungo foi solto por Dandara e Pietra inclinou a cabeça para o lado, olhando para o rosto da filha e a vendo chupar a própria mão, reclamando todas as vezes que a parte do corpo escorregava e escapava da boca dela. A mãe riu baixinho e segurou no braço da mais nova, fazendo ela parar. Ajeitou a criança em seu colo, deixando Dandara sentadinha de frente para ela e apoiando as costas da garota com uma das mãos, enquanto a outra ajustava o penteado do cabelo, que tinha duas chiquinhas no topo e o resto dos cachinhos soltos.
— Filha, você está com fome? — Perguntou baixinho e Dandara voltou a enfiar a mão na boca.
Pietra observou a filha, reparando que a roupa dela estava toda molhada. Torceu o lábio e revirou a bolsa no banco ao lado, pegando uma fralda de pano e limpando todo o rosto da menina.
— Você quer encontrar o papai toda babada? — Indagou e viu Dandara piscar os olhos idênticos aos de Neymar, olhando ao redor toda agitada. — Não, filha, o papai não está aqui. — Explicou, chamando a atenção dela de volta. — Estamos indo ver ele, lembra? A mamãe te explicou em casa, Dandara. — Riu e a bebê acabou por rir também. — Minha linda. — Pi sorriu boba e beijou a bochecha da filha. — Já estamos quase chegando em Paris. Você está animada para conhecer a sua nova casa?
Dandara piscou outras vezes e, antes que Pietra notasse, ela já estava com a mão na boca outra vez, coçando a gengiva e resmungando.
A mais velha desistiu, deixando a filha quieta, e olhou para a janela do avião novamente, observando o céu. Suspirou fundo, já sentindo saudades da casa que deixou em São Paulo e das pessoas que moravam nela. Sentiu que os últimos cinco meses foram todos de despedida, mesmo com toda a alegria da família em ter dois bebês saudáveis e alegres em casa, já que ela e Dandara já tinham data marcada para voar em direção a Paris e reencontrar Neymar para iniciarem uma nova vida. Já tinham adiado demais aquele momento, não podiam mais fazer isso, ainda mais com Dandara no meio.
— Filha, você acha que a mamãe está boa no francês? — Perguntou, olhando para Dandara e secando o rosto dela outra vez. — Fiz aquelas aulas, mas você sabe que na hora do vamos ver é completamente diferente. — Continuou e a bebê soltou alguns barulhos, até inclinar o corpo para frente e esconder o rosto entre os seios da mãe. — Mamãe está tão ansiosa para essa mudança. Estou morrendo de saudades do seu pai. — Sussurrou em uma confissão.
Dandara esfregou o rosto e resmungou mais.
— Calma, Dandara. — Pediu Pi, ajeitando a menina no colo e retirando o peito de dentro da blusa leve e do sutiã, vendo a filha pegar rapidamente e começar a mamar.
A observou com carinho, deixando que ela brincasse com os dedos de sua mão enquanto se alimentava, e sorriu.
Dandara era uma bebê calma, e isso facilitou e muito no começo para Pietra conseguir pegar o jeito de cuidar da menina da maneira mais correta possível. As duas eram um grude total, menos quando Júnior estava presente, porque aí a menininha só queria o pai o tempo inteiro, provavelmente já sabendo que uma hora ele sumiria e ela teria só a mamãe novamente. Aquela parte era difícil, Pietra tinha que confessar. Às vezes a pretinha só queria sentir o perfume do pai ou o calor do colo dele, e era um sacrifico fazê-la parar de chorar naqueles momentos.
Uma ligação de vídeo resolvia de vez em quando, porque assim ela via e ouvia a voz de Júnior e se acalmava mais.
— Dandara, você tem ideia de que agora vai poder ficar juntinha do papai todos os dias? — Sussurrou Pi, acariciando a mão gordinha que agarrava seu indicador. — Ele vai te encher de beijinhos quando te ver. — Riu baixinho.
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Destinos Traçados ━━ Neymar Jr.
أدب الهواة✿*:・゚ ㅤ No dia 05 de fevereiro de 1992, em uma maternidade aleatória do estado de São Paulo, duas mulheres ouviram o choro estridente de seus bebês assim que nasceram e se sentiram realizadas no mesmo instante, sabendo que nada mais faltava para el...