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O tecido escuro tampando os olhos de Pietra só a fazia ficar ainda mais curiosa e ansiosa para chegar logo ao local que Júnior dizia ter deixado o presente. A mulher sentia todos os movimentos do carro e ouvia atentamente o jogador tamborilar os dedos no volante no ritmo da música que passava na rádio da cidade aquela hora da noite, enquanto ela apertava as próprias coxas, se segurando para não perguntar novamente para onde eles estavam indo.
— Preto... — Chamou baixinho e Neymar virou o rosto para ela, rindo ao notar o beicinho que Pi fazia em uma tentativa de o convencer a contar de uma vez.
— Não, amor. — Falou e ela bufou.
— Está demorando muito. — Resmungou. — Neymar, se você estiver me sequestrando, juro que te mato. — Completou e ele riu alto. — Fica com essa coisa de venda, de me proibir de ver para onde estamos indo... estou começando a ficar com medo.
— Não estou te sequestrando, porém seria uma ótima ideia. — Brincou, estacionando o carro e retirando o cinto de segurança do corpo, se inclinando até Pietra. — Poderia te levar para Barcelona comigo e não deixar você ir embora de lá nunca mais. — Falou, deixando um beijo no pescoço de Pietra, que se encolheu e arrepiou com o contato repentino. — Nós já chegamos, mas nada de tirar a venda, tá? Vou dar a volta e te ajudar. — Avisou e ela concordou com a cabeça.
O jogador saiu do veículo e bateu a porta do motorista, dando a volta até alcançar o lado do passageiro e abrir aquela porta, ajudando Pietra descer do carro em segurança. Ele ativou o alarme do automóvel e segurou em uma das mãos dela, enquanto a outra pousava na cintura da mulher.
— Amor, não me deixa cair. — Falou, dando passos pequenos e inseguros.
— Relaxa. — Riu Júnior. — Dá mais um passo e levanta o pé, tem um degrau. — Avisou e Pi obedeceu. — Alguns, na verdade. — Se corrigiu quando a preta tropeçou no degrau de cima.
— Preto!
— Desculpa! — Pediu no mesmo instante, segurando o riso.
— Me deixa tirar isso.
— Não, preta. Vai estragar a surpresa. — Falou e a guiou por mais um metro, parando na grande porta e tirando a chave do bolso, destrancando o local. — Pronto. Fica paradinha, vou tirar a venda dos seus olhos.
— Tá bom. — Sorriu ansiosa.
O jogador se colocou atrás dela, levando as mãos até a venda e desfazendo o nó presente ali, fazendo Pietra sentir alívio quando o tecido deixou o seu rosto. Piscou algumas vezes, voltando a se acostumar com a claridade, e então olhou ao redor, observando todo o espaço vazio à sua frente e dando alguns passos para dentro, parando novamente e girando os calcanhares, dando mais uma olhada em todos os cantos. Piscou confusa e encarou Júnior outra vez.
Ele riu baixo, se aproximando dela e a puxando pela cintura. A fez ficar de costas e a abraçou daquela maneira.
— Você gostou?
— Ah, eu achei um lugar bonito. E bem grande. — Comentou sem graça, sem saber o que dizer. — Mas o que é, exatamente? Não entendi. — Confessou.
— Achei melhor deixar você escolher a decoração, os móveis, por isso está tão sem nada. — Contou e a preta franziu a testa. — Mas sabe o que pensei? Nas mesas ficarem espalhadas por essa área aqui, claro. — Apontou. — Ali você pode colocar alguém para cuidar da entrada, atender os clientes que reservaram mesa. — Mostrou o outro canto. — A cozinha é lá atrás. Você vai gostar, é bem espaçosa. Também preferi deixar você escolher as coisas de lá, não sou muito bom nessa área. — Riu. — Pensei em contratar alguém para isso, só que quero que você participe. É seu. O seu sonho.
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Destinos Traçados ━━ Neymar Jr.
Fanfic✿*:・゚ ㅤ No dia 05 de fevereiro de 1992, em uma maternidade aleatória do estado de São Paulo, duas mulheres ouviram o choro estridente de seus bebês assim que nasceram e se sentiram realizadas no mesmo instante, sabendo que nada mais faltava para el...