Vinte e Três

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São Paulo - SP, Brasil
dias depois

Soltando um resmungo, Pietra olhou atentamente para um dos dedos de sua mão esquerda, machucado após a mulher se distrair na cozinha ao preparar a refeição com a avó e fazer um leve corte. Ainda que sempre estivesse com algum corte nas mãos, consequência do seu amor por cozinhar e sua desatenção, nunca se acostumava com a ardência que sentia todas as vezes.

— O que você está resmungando aí? — Ouviu e levantou a cabeça, vendo Neymar dar mais poucos passos até a alcançar e a cumprimentar com um rápido selinho. Em resposta à sua pergunta, viu a preta levantar o dedo cortado. — O que aconteceu? — Indagou com uma leve preocupação, segurando na mão dela com cuidado e analisando o corte. — Resultado de suas aventuras na cozinha mais uma vez, não é? — Riu baixo e olhou para o rosto dela.

— Sim. — Fez beicinho. — Cortei sem querer e tá ardendo um pouco. — Explicou.

— Um beijinho para sarar. — Sussurrou e levou o dedo dela até perto da boca, dando um beijo carinhoso e demorado, arrancando um sorriso bobo de Pietra.

— Já está funcionando. — Brincou e Júnior riu, a dando mais um beijo, dessa vez em sua bochecha. — E então, o que vamos fazer hoje? — Perguntou e passou os braços pelo pescoço dele, sentindo as mãos do jogador descerem para sua cintura e abraçarem ali.

Como os dois tiveram seus planos interrompidos pela repentina e nada agradável chegada de Pablo, progenitor de Pietra, deixaram para fazerem algo bobo juntos em um outro dia, quando a garota já estivesse um pouco menos afetada com toda a situação.

— Eu pensei em sairmos para lanchar em algum lugar, mas também imaginei que seria melhor irmos para minha casa, pedirmos lanches e ficar por lá mesmo, talvez assistindo algum filme que você goste e que vou fingir estar interessado, mas não estarei entendendo nada. — Falou e ouviu a linda gargalhada de Pietra. — Você gosta da ideia? Podemos fazer o que você quiser.

— Gosto da ideia. — Sorriu. — Vamos?

— Sim. — Concordou e a soltou, vendo-a fechar o portão da residência rapidamente e logo voltar para seu lado.

Assim que Neymar passou o braço pelo pescoço dela e ambos deram um único passo em direção a casa dele, uma voz masculina soou atrás dos dois, chamando por Pietra de modo insistente.

— Filha, espera! — Pediu. Pietra revirou os olhos e parou de caminhar, se virando para o homem junto com Neymar e vendo Pablo se aproximar.

— Já falei para não me chamar assim. — Disse seca.

— Desculpa. — Pediu ele, olhando para Júnior e franzindo a testa. — Esse é o seu namorado? — Indagou, estendendo a mão como cumprimento antes de esperar por uma resposta. — Tudo bem, rapaz?

Júnior encarou a mão estendida por alguns segundos, até deixar que seu lado educado falasse mais alto e a apertar.

— Tudo. — Falou simples.

— Sou o pai da...

— O que você quer? Temos um compromisso e eu não quero perder o meu tempo logo com você. — Pietra interrompeu ele, que respirou fundo e a olhou.

Destinos Traçados ━━ Neymar Jr.Onde histórias criam vida. Descubra agora