Destinos Traçados ━━ Neymar Jr.

Quarenta e Um

∾

São Paulo, Brasil
20/08/2016

— Eu sou, país do futebol, negô...

Uma risada escapou por entre os lábios de Pietra e ela se virou para trás, vendo a avó entrar na cozinha segurando duas bandeirinhas do Brasil e as balançando animada. Como em todos os outros jogos, estava com sombras nos olhos combinando com as cores da seleção brasileira, e naquele dia em especial tinha as bochechas pintadas, dois traços em cada, verde e amarelo.

— Animada para a final, vó? — Perguntou rindo e a mais velha sorriu largamente, se aproximando da neta e dando um beijo na bochecha dela.

— Muito! — Falou.

Estendeu a mão e roubou uma batatinha frita que Pietra preparou como um lanche para comerem durante o jogo.

— Palpites?

— Sete a um. — Respondeu. — Sete para a gente, dessa vez. — Completou e Pietra riu novamente.

— Tomara. — Mostrou os dedos cruzados e voltou a atenção para o fogão, retirando as últimas batatas do óleo quente. — Minha mãe já se arrumou? — Indagou, olhando rapidamente para a avó.

— Está terminando a pintura no rosto. — Contou. — O Gabriel vem hoje?

Pietra suspirou e confirmou com a cabeça, desviando a atenção de Eva. A mais velha prometeu que não se intrometeria mais no relacionamento dela, porém ainda não conseguia disfarçar as expressões em certos momentos. Ao menos estava se esforçando para tratar o homem com educação, como tratava qualquer outra pessoa que ia na casa dela.

— Ele já deve estar chegando. — Afirmou e a mulher balançou a cabeça de maneira afirmativa.

Vozes na sala de estar chamaram a atenção das duas e elas olharam para aquela direção, vendo Samuel e Vanessa se aproximarem da cozinha.

— Oi! — Ele cumprimentou sorridente. — Tudo bem, Pi? — Perguntou, dando um beijo na bochecha dela.

— Oi, Samu. — Sorriu. — Tudo bem, e com você?

— Muito bem. — Continuou sorrindo e andou até Eva, também cumprimentando a mulher com beijo na bochecha. — Dona Eva, eu trouxe um presentinho para a senhora. — Mostrou a sacola, entregando para ela. — Sabe aquele docinho que a senhora me disse que ama? Eu comprei! — Contou.

— Ai, querido, obrigada! — Disse Eva, pegando a sacola e olhando dentro dela. — Não precisava.

— Conquistando a sogrinha pela barriga, Samuel? — Brincou Pietra.

— Pi, pelo amor de Deus! — Vanessa repreendeu e a menina riu junto com os demais.

— Cada um usa a arma que tem. — Samuel afirmou e se colocou ao lado da mãe de Pietra, passando um braço pela cintura dela. — Tem como conquistar a enteada pela barriga também? — Continuou a brincar e Vanessa ficou sem graça, dando um leve tapa no braço dele.

— Depois vou te passar uma lista de tudo o que eu gosto de comer. — Pietra piscou e os dois riram.

— Ai, Deus. — Murmurou Vanessa, negando com a cabeça. — Vamos, vou pintar o seu rosto para entrar no clima da copa fora de época. — Riu e puxou o homem com ela, voltando para a sala de estar.

Pietra e Eva sorriram os vendo juntos. Estavam por dentro de tudo o que acontecia naquele relacionamento, e mesmo as duas afirmando que Vanessa e Samuel já estavam namorando, a mulher negava e dizia que os dois estavam apenas se conhecendo melhor. Namorariam caso ele pedisse, e o homem ainda não havia feito aquilo.