Capítulo 12 - Outro, cruel e aterrador

116 3 20
                                    

Adentramos o castelo encravado na montanha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Adentramos o castelo encravado na montanha. O lugar escuro ainda parecia claro diante dos meus olhos. Meus irmãos Caçadores já haviam me dito que não eram capazes de verem tão perfeitamente na escuridão, apesar de, tanto eu quanto Astrid, vermos. Sempre havíamos sido especiais. O sangue do Gavião nos fazia monstruosas aberrações, mesmo para aberrações como os Caçadores Brancos.

Caminhando pelo castelo, eu podia ver perfeitamente os corredores esculpidos e longos, cujo teto era tão alto, e as dimensões das paredes tão largas, que gigantes se sentiriam em casa. Parei meu passo um instante. Parecia estar faltando gente entre nós.

Como poderiam ter se perdido em um corredor tão longo? E como eu não notei antes? Ia me pronunciar, mas senti uma luz atingir meus olhos em cheio, e os fechei num impulso. Quando os abri, eu estava sozinho no corredor. Seria assim que os outros se perderam? Algo estava nos separando um a um? Essa era a tática perfeita para se matar um inimigo.

Jurei ver um vulto. Saquei minhas espadas e amiudei meus olhos. O que quer que fosse, eu mataria antes que tivesse a chance de me matar. Caminhei a passos lentos em direção a uma bifurcação, aonde pensei ter visto o vulto, e segui pelo corredor por minutos sem fim, até alcançar um salão.

Quando pisei no salão, ele se iluminou. As tochas localizadas em todas as extremidades se acenderam, dando visão ao gigantesco cômodo, no centro do qual, montanhas de peças de ouro brilhavam. Se era aquilo que Água Negra viera buscar, ali estava. Eu precisaria apenas de algumas daquelas peças para pagar a dívida que tinha com o pirata, e poder finalmente ficar livre.

Me agachei, disposto a encher os bolsos com algumas moedas que estavam no chão, quando ouvi um barulho atrás de mim. Girei meus pés na direção oposta, com as espadas em punho. Meus olhos vaguearam pela imensidão dourada, cuidadosamente.

— Apareça. — Eu avisei, com calma.

Ouvi um bater de asas, e ergui meus olhos para cima, apenas para ter a bela visão da enorme ave me sobrevoando. Se parecia com um dos estranhos homens-pássaros que eu havia visto no navio de Streymoy.

O pássaro pousou em cima de uma pilha de ouro, e me fitou. O analisei de volta, e apesar das feições serem mais de pássaro do que de humano, percebi se tratar de uma mulher, já um tanto velha. Seus olhos escuros me observaram em silêncio.

— Quem é você? — Eu perguntei.

Ela permaneceu a me fitar, completamente muda. Deu alguns passos na minha direção, e eu apertei a empunhadura da espada, pronto a atacá-la, caso ela movesse um músculo a mais do que o necessário.

— Quem é você? Sua aberração... — Eu bradei. Ela riu de leve.

— É preciso ser uma para reconhecer outra. — Ela disse, de prontidão. — Está com calor? — A voz dela perguntou, rouca, me pegando de surpresa.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora