No Volume II desta trama, o grupo de aventureiros finalmente colide. Uma aventura com piratas toma lugar em alto-mar, enquanto, em terra, um conflito se desenvolve, e aumenta a tensão entre as nações vizinhas. Diante da infindável perseguição, esses...
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— Capitão... — Eu disse, ofegante, enquanto os olhos impacientes dele ainda fitavam o horizonte escuro dos corredores. — O que acontece se alguém se perder?
— Provavelmente nunca mais achará o caminho de volta. — Água Negra respondeu. Virou-se, talvez depois de ver minha expressão de choque, apenas para contemplar o mesmo que eu: o profundo e assustador escuro, do longo corredor vazio atrás de nós dois.
— E se todos eles se perderem? — Eu insisti, fitando-o. E sua expressão pareceu tão preocupada quanto a minha, ao perceber que nosso grupo havia se perdido de nós.
Em algum lugar entre aqueles longos corredores, havíamos nos separado dos demais, e Água Negra era o único que sequer sabia o que estava fazendo ali, o que significava que os outros não conseguiriam encontrar seu caminho de volta.
Eu senti meu peito acelerar. Eu não tinha ideia do que fazer para ajudá-los naquela imensidão fantasmagórica... Ou sequer por onde começar a procurar. Água Negra, porém, se limitou a soltar um pesado suspiro antes de se virar novamente na direção para a qual seguíamos antes.
— Vamos. — Ele ordenou. Fitei-o, sentindo minha respiração pesada.
— Não podemos deixá-los! — Eu insisti, mas ele se pôs a caminhar. Segui em seu encalço, sem deixar de encará-lo, esperando que o homem pudesse ceder.
— Os encontraremos mais tarde. Estamos andando em linha reta, então era impossível de se perder... Não consegue sentir, Pássaro? — Ele perguntou, e eu não compreendi sobre o que falava. Meu silêncio o fez explicar: — Há outros do seu povo aqui dentro... Fizeram ninho neste palácio? Que ironia... — Ele murmurou, perdido em seus próprios pensamentos.
— Há outros Asas Místicas aqui dentro? — Eu perguntei, olhando em volta, à espera de notar aquilo que o pirata notara, mas nada vi.
— Devem ter feito os outros se perderem. — Ele comentou.
— Como?
— Você não sabe nada sobre o seu povo mesmo, não é? Que desgraça essa nova geração é para os antigos.
— Então me conte. — Eu pedi. Água Negra ficou quieto por um tempo, enquanto seus passos cada vez mais largos e rápidos ecoavam no corredor.
— Sabe... Você é muito poderosa, para uma Asa Mística da tribo da Terra, que perdeu as asas... — Ele murmurou.
Pareceu refletir sobre o que ele mesmo dissera, enquanto eu me mantinha em silêncio. Eu não podia permitir que ele descobrisse muito sobre mim. Ainda assim, eu estava curiosa, pois o homem podia ter as respostas que eu procurava. Deixei escapar um suspiro aliviado e discreto quando ele cedeu, e prosseguiu por conta própria:
— Os Asas Místicas eram majestosas aves no passado. Suas asas e seu brilho glorioso cobriam o céu de esplendor, e eram parte de seu orgulho. Mesmo as ninfas paravam para assistir a beleza sobrenatural que emanavam. Eles e os dragões dividiam o céu. Naquela época, os homens não eram nada. — Ele começou a contar, enquanto caminhávamos.