Capítulo 8 - Perversos e Avarentos

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         Acordei apenas quando alguém me sacudiu

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         Acordei apenas quando alguém me sacudiu. Abri meus olhos e pude ouvir o som do sino, e a movimentação da tripulação, no que queria dizer que, ou havíamos encontrado um inimigo, ou havíamos chegado finalmente até o destino: a misteriosa ilha das sereias.

         Me ergui, já sóbrio, mas sentindo minha cabeça latejar. Caminhei até o convés, seguindo o fluxo dos marujos que subiam. Água Negra estava do lado de fora, observando a tripulação a sua frente.

         Me postei no meu lugar, bem ao lado de Jorque, e não demorei a ver Astrid parar do meu lado e encostar o ombro em mim. Sob nosso olhar, Kendra apareceu, carregando consigo a garota de olhos lilases.

         Uma chuva miúda começava a cair, e invadir o navio, mas nada que atrapalhasse muito. O olhar de Água Negra foi de nós para a garota de olhos lilases, e da garota para nós.

         — O bote está pronto? — Água Negra perguntou.

         Cavalo do Mar berrou que sim, do outro lado, ainda segurando a lanterna acesa que iria no bote. Água Negra fungou, fitando a tripulação, com o peito estufado e as mãos às costas.

         — Mesmo acordo de antes. Os homens que entrarem no bote receberão uma porcentagem a mais no saque, mas dessa vez a garota vai junto. — Ele anunciou, e já ia escolher os homens como fizera antes.

         Vi Gunnar Streymoy dar um passo à frente.

         — Eu vou com ela. — Ele disse prontamente.

         É claro que não a deixaria sozinha, mas ele nem sequer tinha ideia do que havia naquele mar.

         — Eu também. — Se ofereceu Myra Petris.

         — Nós também. — Astrid nos voluntariou.

         Volvi meu olhar pra ela, mas ela segurou meu braço e o apertou, como se me dissesse pra ficar quieto.

         — Tem certeza, Fantasma? — Água Negra perguntou, me encarando.

         Eu devia ser valioso demais para morrer no mar. Mas Astrid me pedira para confiar nela.

         — Sim. — Me limitei a dizer.

         — Pois bem, aos botes. — Ele ordenou.

         — Espere um pouco. — Kendra pediu, e desceu para o deque inferior, voltando minutos depois, arrastando uma trouxa de objetos metálicos.

         Me deu minhas espadas gêmeas, que havia confiscado desde que sequestrara nosso navio, o que acabara me deixando com umas espadas horríveis que eu ganhara numa aposta na Emboscada.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora