Capítulo 66 - O Plano de Anna

50 3 0
                                    

Fitei o teto de madeira da casa dos Petris

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Fitei o teto de madeira da casa dos Petris. Os primeiros raios de Sol já saíam lá fora, iluminando Ventosa, quando os irmãos de Myra começaram a se levantar.

Me pus de pé também e fui me higienizar. Acho que eu não tinha acordado direito, pois minha mente ainda vagueava. A memória da minha última conversa com Anna permanecia clara em minha cabeça.

Era de quando estávamos rumando para a capital e Mimir e Myra Petris tinham ido levar as mensagens aos lordes. Anna caminhava sempre a nossa frente, guiando o caminho, mas perdida em pensamentos.

Todos nós ainda estávamos confusos, sem saber exatamente qual era o plano, mas continuávamos seguindo os passos de Anna. Eu estava observando suas costas sérias caminhando lado a lado do cavalo e foi quando ouvi o respirar sonoro de Astrid.

— Eu vou. — Ela anunciou, com os olhos fitos nas costas de Anna.

Só então notei que o olhar de todos a seguiram com preocupação.

— Talvez ela não queira conversar. — Streymoy murmurou.

Eu não me lembrava da última vez em que na verdade me senti mal por alguém que não fosse Astrid. Acho que eu não era mesmo de me envolver com as pessoas. Mas me dava pena que a garota miúda na nossa frente tivesse que carregar um peso tão grande sozinha.

— Eu vou... — Angrboda suspirou.

— Não, eu vou... — Astrid retrucou.

Bufei, um pouco cansado e apressei meu passo em direção a Anna. Mesmo sem olhar para trás eu pude sentir o olhar de todos sobre mim, mas Anna estava distante o suficiente para que não nos ouvissem.

— Estão todos preocupados com você. — Eu disse.

Seus olhos lilases pareciam melancólicos e sem vida, fitando a estrada com concentração sob a sombra do grosso capuz.

— Preocupados? — Ela murmurou como se não houvesse razão para tal.

— Você sequer sabe o que está fazendo? — Perguntei.

Ela ergueu os olhos sérios para mim e parou o passo por um instante. Seu rosto congelado em desânimo e frieza era uma aparência diferente do costumeiro sorriso caloroso que sempre figurava em sua face.

— Claro que não. Eu não faço ideia. — Ela respondeu e não parecia estar brincando. — Só estou tentando tomar decisões que parecem acertadas e que nos permitam viver bem e juntos... Mas não faço ideia de quais sejam as respostas e honestamente, acho que ninguém no mundo saberia.

Seus olhos lentamente fitaram o chão e ela soltou um suspiro antes de voltar a caminhar. Volvi o olhar para trás apenas para ver a expressão de curiosidade e preocupação nos olhos de todos, quase como se me questionassem sobre o que conversávamos.

Voltei a caminhar ao lado da garota. Talvez eu estivesse mesmo começando a me apegar àquelas pessoas, pois queria garantir que nenhum deles morresse.

— Então, qual é o plano? — Perguntei.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora