No Volume II desta trama, o grupo de aventureiros finalmente colide. Uma aventura com piratas toma lugar em alto-mar, enquanto, em terra, um conflito se desenvolve, e aumenta a tensão entre as nações vizinhas. Diante da infindável perseguição, esses...
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De repente havia fogo, gritos, e tudo ficou mudo. O único som que agora eu podia ouvir era o da areia esbranquiçada caindo dentro de uma ampulheta e de repente, eu estava preso dentro da ampulheta, me afogando em areia, embalado pelo som festivo de flautas e tambores.
A voz do dragão repetia na minha cabeça as palavras duras que ouvi no Oeste:
— Estapur renascerá e o Leste sucumbirá. Você verá a queda do que tenta proteger... Se trilhar esse caminho, só poderá culpar a si mesmo depois.
Acordei suado, sentindo o cheiro forte de estrume e a palha do estábulo pinicando a minha pele. Não tinha planejado pegar no sono ali, mas a tarde estava quente para um dia de inverno e em todos os lugares sempre tinha alguém procurando por mim.
Me pus de pé e tentei limpar a roupa preta enquanto bocejava. Os soldados mortos foram cremados logo cedo, e Anna partiu, cheia de energia, disposta a resolver os problemas de Antar em um dia. Disse até que colocaria os soldados que tomaram a cidade para servirem comida e agasalhos ao povo, antes que enviasse um novo lorde a Siktima para comandá-los.
Um clima mórbido havia tomado a cidade e muitos dos meus homens tiraram um tempo para honrar os mortos. Se estivéssemos no Vale, estaríamos brindando suas vidas ao invés de chorando suas mortes.
Eu decidi ocupar minha mente com algo e acabei indo parar no estábulo, onde peguei no sono.
Acariciei o pelo brilhante de Tormenta e suspirei. Minha robusta companheira estava até calma, me fitando com preguiça enquanto mastigava.
— Aí está você!
A voz de Anna chamou minha atenção para a porta larga do longo estábulo. Ela caminhou na minha direção com seu vestido preto e um sorriso pequeno no rosto. Parou ao meu lado e acariciou minha égua em silêncio antes de voltar seu olhar pra mim. Estendeu a mão aos meus cabelos e puxou um pedaço de palha que devia estar alojado entre eles.
— Estava rolando na palha? — Seu rosto parecia ter mais divertimento do que reprovação.
— Tirei um cochilo.
— Acha minha cama desconfortável?
Seu sorriso não morreu, então entendi que estava brincando.
— Você disse que não gostava muito de castelos... Eu também não.
— Se quiser, podemos dormir aqui no estábulo essa noite, em meio a palha e fezes de cavalo.
— E você dormiria em um lugar assim?
— Eu dormiria em qualquer lugar com você.
Segurei um sorriso, mas a puxei pela cintura para mais perto de mim. Sua mão pousou no meu peito e ela tinha um sorriso lindo em seus lábios. Agora era ela quem zombava sempre de mim e toda vez que o fazia, meu coração retumbava no peito.