Capítulo 48 - O Passado de Lilura - Parte Final

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Onze anos se passaram num piscar de olhos

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Onze anos se passaram num piscar de olhos. Eu encontrei alguns livros de Aleen espalhados pelo Leste e eu e Elina nos estabelecemos na floresta, entre Antar e Zalim.

Vivíamos relativamente bem e havíamos aprendido a dominar a magia corretamente e a remover a podridão que caracterizava uma bruxa graças às anotações de Aleen. Eu havia me encontrado na bruxaria, mais do que nunca.

Também graças a algumas bruxas que viviam em Zalim, escondidas. Elas tinham um grupo que se reunia de vez em quando em assembleia, e cuja líder se chamava Abellona. Nós sempre nos ajudávamos e crescíamos juntas.

Abellona tinha planos radicais de levar as bruxas de volta a sua glória e de tomarmos Zalim, mas nem eu e nem Elina dávamos muitos ouvidos ao que ela dizia. Apenas gostávamos da companhia das irmãs.

Apesar dos anos, nós nos conservamos jovens em grande parte graças à bruxaria. Evitávamos nos envolver com humanos e fazíamos nossos rituais com bichos, ocasionalmente. Eu jurava que um dia poderíamos encontrar o Pardal do Leste, e assim eu poderia pedir-lhe ajuda para derrotar Yure e ter meus filhos de volta.

As vezes eu viajava usando minhas visões e podia ver meus filhos na Fenda. Rorik e Astrid, como minha mãe os tinha nomeado, cresciam saudáveis. Astrid, porém, parecia sofrer com seu recém-descoberto poder... Talvez Hilde estivesse certa e eu tivesse amaldiçoado meu bebê.

As vezes Elina me pegava suspirando sozinha. Provavelmente, porque, apesar de vivermos em paz por tanto tempo, não estávamos nem perto do que eu queria para a minha vida.

— Eu quero o que foi meu de volta. E eu quero não ser pisada por mais ninguém. Eu quero ser a dona da minha vida. — Eu dizia.

Mas Elina me implorava para que ficássemos quietas um pouco mais, pois os comerciantes de Zalim já começavam a notar nossa presença, devido a alguns restos de rituais que deixamos na floresta e também graças as ações de Abellona e do seu grupo.

— A guerra acabou, mas esse país continua na merda há anos. — Elina murmurava sempre que voltava do mercado e tinha pago uma fortuna por algum produto. Fortuna essa que conseguíamos extorquindo alguns ricos e lendo a sorte de burgueses.

Havia boatos de que Abellona estava planejando um ataque ao distrito onde um grupo de pirralhos ladrões vivia, e uma assembleia foi convocada para tratarmos do assunto.

— Eles estão de olho na gente, Lilura. Abellona vai acabar matando todas nós. — Elina avisava durante todo o caminho para a Praça dos Enforcados, na frente da qual a sede ficava escondida na frente de todos.

Quando a assembleia se reuniu, as perguntas começaram sobre porque raios Abellona queria que atacássemos crianças. Ela proferiu na frente de todas com seu particular charme:

— Irmãs, a hora chegou... — Iniciou, os olhos negros brilhando no rosto bronzeado. — Uma das crianças, a que chamam de Ratel, dizem que pode controlar raios...

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora