No Volume II desta trama, o grupo de aventureiros finalmente colide. Uma aventura com piratas toma lugar em alto-mar, enquanto, em terra, um conflito se desenvolve, e aumenta a tensão entre as nações vizinhas. Diante da infindável perseguição, esses...
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Apesar de gostar razoavelmente da vida de pirata, os dias no mar eram consideravelmente tranquilos, o que na verdade me irritava. Eu sentia falta de uma boa ação, em qualquer sentido que fosse.
Após termos recebido o grupo do navio afundado junto a tripulação do Lobo do Mar, imaginei que talvez mais momentos interessantes nos aguardassem, mas nada de muito grandioso acontecera. Até mesmo Kendra agora passava mais tempo em sua cabine, e não me dispensava muitas atenções.
Naquela tarde, quase uma semana de viagem, foi uma das primeiras vezes que a vi tomar um ar no convés, com uma expressão cansada. Me aproximei dela em silêncio, aproveitando minha pausa. A mulher não tardou a me fitar com seus olhos verdes, e olheiras intensas.
— Não está conseguindo dormir? — Perguntei.
— Difícil, quando alguém está monopolizando minha cama. — Ela murmurou.
— Achei que agora já seriam grandes amigas, você e a menina. — Eu comentei, apenas porque queria ouvir mais a respeito da garota de olhos lilases. Kendra ameaçara até me cortar lá embaixo, caso eu fizesse alguma coisa, então não insisti, pois sabia melhor do que mexer com uma mulher vingativa. Mas ainda estava curioso.
— Não viramos... — Ela murmurou em resposta, não me dando abertura alguma. Me lembrei, de repente, de que Angrboda também parecera conhecer a Gunnar Streymoy, e decidi lançar a sorte sobre esse assunto, para ver se ao menos ali colheria algo.
— De onde você conhece Gunnar Streymoy? — Eu perguntei.
— O Ândalo? — Ela murmurou. Respirou pesadamente, fitando o mar. — Eu estava tendo um péssimo dia, e ele apareceu querendo roubar meu mapa. Eu poderia só tê-lo atacado e ameaçado como sempre faço, mas eu precisava de um consolo naquele dia... Então acabei usando ele, e em troca, ele me roubou o mapa e o deu a Jolly John. — Ela contou. Volveu o olhar pra mim, com sua testa franzida, bem a tempo de ver minha expressão surpresa.
— Então ele é o ladrão que Água Negra queria capturar? — Eu perguntei. — Por que o está protegendo? Se Água Negra descobrir, irá punir os dois.
— Eles vão morrer de qualquer jeito, quando Água Negra os lançar num bote rumo as ninfas. Deixe-o ter alguns dias a mais. — Ela disse, o que parecia uma desculpa.
— Não acha que vão conseguir passar pelas ninfas? — Eu quis saber. Mas ela não me disse mais nada. Parecia triste, e estava quieta demais. — Está tudo bem com você?
— Está... Eu só quero ficar sozinha. — Ela respondeu, e passou por mim, descendo a escada dos deques e sumindo de minha vista.
Eu escalei o mastro de volta ao meu trabalho, e permaneci lá até o fim da tarde, quando avistei Gunnar Streymoy me encarando lá de baixo. Fitei-o, e escalei de volta ao convés, já que meu turno estava para acabar.