Capítulo 9 - Sussurros

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         Senti o sacolejar do meu ombro, e o som de sinos invadiu meus ouvidos

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         Senti o sacolejar do meu ombro, e o som de sinos invadiu meus ouvidos. Me revirei na cama desconfortável, e abri os olhos diante da vela que Kendra Angrboda segurava. Amiudei os olhos, cansada. A mulher de cabelos vermelhos parecia impaciente.

         — Vamos. Está na hora. — Ela disse.

         E eu me ergui, mesmo sem entender muito bem. Mas quando ela abriu a porta da cabine e vi a correria dos homens lá fora, finalmente entendi que só poderia se tratar da tal ilha sobre a qual Água Negra falara.

         Eu temia que aquele momento chegasse, dado que se eu falhasse em cumprir nosso acordo, acabaríamos sendo mortos e lançados ao mar.

         O pirata parecia certo de que o povo pássaro conseguiria o favor das ninfas, e, se o que Merlin me dissera era verdade, como a rainha dos pássaros, eu esperava que o mesmo se aplicasse a mim também, apesar de eu não ter a menor ideia de como faria aquilo acontecer.

         Ao alcançarmos o convés, a maioria dos homens estava parada sob o olhar sério do capitão. Senti um alívio quando avistei Myra e Gunnar na multidão, e parei obedientemente ao lado de Kendra.

         Uma chuva fina começava a cair, e encher a madrugada. O olhar de Água Negra parou em mim, como se silenciosamente me lembrasse do nosso combinado, mas não tardou a fitar os homens.

          — O bote está pronto? — Água Negra perguntou.

         Um pirata bradou que sim, do outro lado, segurando uma lanterna acesa que iluminava a visão de um bote. Água Negra fitou a tripulação, com o peito estufado e as mãos às costas.

         — Mesmo acordo de antes. Os homens que entrarem no bote receberão uma porcentagem a mais no saque, mas dessa vez a garota vai junto. — O capitão anunciou.

         Gunnar imediatamente deu um passo à frente.

         — Eu vou com ela. — Ele disse.

         Senti meu coração disparar no peito. Eu ficava feliz de não ir sozinha, mas ao mesmo tempo, fiquei ainda mais preocupada de acabar deixando nós todos morrermos.

         — Eu também. — Myra deu um passo a frente, aumentando minha tensão.

         — Nós também. — Uma mulher de cabelos alaranjados se voluntariou, apertando o braço do ruivo que me ajudara há alguns dias. O ruivo a fitou, como se não concordasse muito, mas se calou.

         — Tem certeza, Fantasma? — Água Negra perguntou, como se quisesse confirmar a vontade do ruivo.

         Fantasma? Seria ele um dos Caçadores Brancos nortenhos a quem diziam se chamarem de Fantasmas da neve? Seus olhos brilhantes ao menos denunciavam serem eles mahins. Para insistir assim, o capitão devia achá-lo uma peça importante em seu navio.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora