Capítulo 20 - A Quebradora de Maldições

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— O-olhos

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— O-olhos... Olhos de fogo. — O marujo apontou, e no escuro da noite, todos vimos o par de olhos, como duas chamas, nos fitando de volta, enquanto a espessa névoa começava a tomar conta de todo o navio.

Eu reconhecia aquele brilho, pois o observara bem de perto. Era sem sombra de dúvidas os olhos de Rorik ou de Astrid Basten. Ante o alarme dado pelo pirata, eu pude ouvir o som de lâminas se chocando e, em segundos, uma zona de guerra se instaurou no convés.

Avistei a elegância dos fios vermelhos da Caçadora Escarlate dançando em um rabo de cavalo, enquanto os olhos verdes e brilhantes encaravam um homem como uma fera encararia a sua presa. Vi também Gunnar, derrubando homens no convés como um touro selvagem.

Senti o chão sacudir sob meus pés diante do som de canhões, e cambaleei. Os piratas que me seguravam, afrouxaram meu braço, o suficiente para que eu pudesse me debater e escapar.

Tentei correr, mas Ossos me puxou pelo cabelo, e um grunhido de dor escapou de minha garganta. Ela apertou a lâmina no meu pescoço enquanto encarava a assustadora figura de Água Negra, que subia a escada rumo a proa. Ele nos encarava com seus olhos de brasa, como se todo seu ser pegasse fogo. Sua presença intimidadora fez um calafrio percorrer minha espinha.

— Posso saber o que faz no meu navio, Alastor? — Ela perguntou. Alastor era o nome real de Água Negra?

— Não se faça de desentendida... Você sabe muito bem que essa garota é uma das minhas. E sabia também que eu estava atrás do mapa. Você roubou coisas que me pertencem. — Água Negra respondeu.

— Eu sou uma pirata, no fim das contas. Pegar tesouros é a essência do trabalho. — Ela murmurou, sem me soltar.

— Solte a menina, e vamos acabar logo com isso. — Água Negra ordenou, mas ela não se moveu.

Senti que eu precisava dar uma força a tentativa de Água Negra de me resgatar. Me focar nas vozes... Fechei meus olhos. Havia muito barulho no convés e eu estava muito cansada. Mas me esforçando eu podia sentir a magia que a lua emanava. Permiti que ela me invadisse, e abri meus olhos.

Meu corpo brilhou, e Ossos grunhiu, afrouxando a mão por um instante. Me esgueirei dela e cambaleei na direção da escada. Senti a mão firme me segurando e quando ergui os olhos, Água Negra me fitava. Ele me empurrou rudemente para a escadaria atrás dele.

— Vá embora. — Ele me disse.

Desci alguns passos na escada, mas ainda assisti quando Ossos abriu os olhos furiosa e uma energia negra envolveu seu corpo. Comecei a tremer perante aquela estranha magia, que um tanto me lembrava de Merlin. Água Negra avançou na direção dela, com as mãos envoltas em chamas.

Corri escadaria abaixo, um pouco zonza, enquanto o navio ainda sacudia devido aos canhões. Uma mão prendeu meu braço e eu me desesperei. Ergui meus olhos e vi se tratar de Rorik Basten. O ruivo me puxou na direção do navio de Água Negra e me entregou uma corda, me instruindo a pular para o outro navio.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora