Capítulo 42 - Morgo Varun

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O céu coberto de laranja trazia de volta o frio em forma de brisa

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O céu coberto de laranja trazia de volta o frio em forma de brisa. Myra Petris me fitou, ofegando e pingando suor. Seu jeito me lembrava da época em que eu havia treinado para ser assassina. As longas sessões do mestre Hanzo, nos derrubando no chão toda vez que nos levantávamos. O velho mal podia enxergar, e dava sermões sobre se ver com outros sentidos.

— Mestre Alice? — Ouvi a voz de Myra Petris me tirar do meu transe.

— Vamos parar por hoje. — Foi o que eu disse, mas ela sorriu e apontou com o dedo. Ergui minha luneta na direção e pude ver a flecha no lugar correto, há algumas milhas de distância.

A fitei surpresa.

— Você tem talento. — Eu disse. Ela sorriu, satisfeita.

Issachar apareceu diante de nós, e Bisonte se ergueu e se aproximou para participar da conversa.

— Eu tenho que voltar... Calisto deve estar furioso que ainda não apareci. — Issachar disse.

Observei sua mão enfaixada e me lembrei do encontro corrido com Kendra Angrboda. Ainda assim, ele foi bem cuidado, enquanto a ruiva devia estar em algum lugar lambendo as próprias feridas.

— Acho que vou ficar por aqui... Vou sugar tudo o que puder de Torben. — Eu falei.

— Obrigado por ajudar com o treinamento. — Issachar disse. — Amanhã continuaremos...

— Então boa noite, mulherada. — Bisonte disse. Ambos acenaram e saíram caminhando rumo ao portão.

Fitei Petris.

— Deveria ir se limpar... E vamos comer algo. — Eu falei.

— Vai ficar aqui? — A voz perguntou, e me virei num susto, notando Remy Torben atrás de mim. Para um bardo, ele era estranhamente furtivo.

— Vou. — Eu disse sem hesitar.

Ia ser bom economizar um pouco antes de ir ao Leste com Issachar, e não ter que pagar pela estadia ou pela comida era um jeito bom de fazer aquilo.

Torben revirou os olhos e fez sinal para que eu o seguisse. Recolhi minha lança e caminhei com ele pelas longas quadras da sua mansão. Assobiei quando viramos uma esquina.

— Tá bem de vida, hein, Reginaldo. — Eu disse.

— Daqui algumas horas terei que ir ao palácio. — Torben disse.

— Vai cantar para aquele escroto que todo mundo chama de rei? — Eu perguntei.

— Ele e os nobres puxa-sacos dele é quem me permitem ter uma vida confortável aqui. — Torben murmurou.

A seda preta com borboletas brancas e douradas, bordadas com fios de ouro, adornavam sua longa túnica. Mas ainda assim, ele parecia mais pálido e magrelo do que era antes e seus olhos bem mais fundos.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora