Capítulo 59 - O Império Nortenho

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A última coisa que Elina fez: permitir que os thaurs que capturamos terminassem de matar aqueles que haviam arruinado nosso plano

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A última coisa que Elina fez: permitir que os thaurs que capturamos terminassem de matar aqueles que haviam arruinado nosso plano. Mas sua ferida, causada por uma lança daquele aço azulado não se fechava, por mais que minhas mãos trêmulas tentassem curá-la.

Dessa vez o gavião não a curaria. Senti lágrimas rolarem na minha face pela primeira vez em anos. A mão apodrecida de Bao tocou meu rosto.

— Não chore, irmã. O nosso plano ainda pode se realizar. Nós finalmente a encontramos... A criança que tem o sangue dos Primeiros em suas veias. — Elina disse e sorriu pequeno apesar do seu corpo se decompor lentamente. Sua fala me deu uma ideia quase desesperada.

— Talvez eu possa curá-la com o poder que extraímos dela. Temos o suficiente da energia de um dos Primeiros para fazer um estrago no mundo. — Eu sugeri, já procurando pelo frasco de pedra da lua onde guardamos o poder e a poção.

— Não, Lilura. Se usar em mim, eu não te perdoarei. — Elina foi rápida em dizer. — Você precisa de todo o poder para conseguir realizar nosso plano. Está tudo bem... Eu vou assistir do outro lado. Quando você conseguir trazer de volta o mundo em que os Primeiros viviam... Quando você reinar sobre esse mundo... Me traga de volta.

— Eu preciso de você, Bao. — Eu insisti, mas o corpo dela se transformou em cinzas diante dos meus olhos.

Não tive tempo de chorar, pois os vidros da janela se partiram e eu pude sentir um poder imenso se aproximar. Eu vi raios caminhando pelas paredes de pedra como se fossem uma coisa viva que estavam atrás de mim.

Corri pelos corredores. Eu precisava voltar ao Norte e cumprir a promessa que fiz as irmãs. Mas dessa vez Yure me mataria assim que meus pés tocassem o solo. Fui até meu quarto onde havia deixado o gavião preso. A ave ainda estava lá, me encarando com seus olhos predadores e odiosos. Rorik não me perdoaria, mas eu o faria entender quando tudo fosse arrumado.

No mover dos meus dedos, a gaiola mágica espremeu a ave e a cortou em pedaços, fazendo seu sangue jorrar no chão. O sangue mágico de uma ave abençoada com um pedaço da magia de Yure... Toquei o sangue e fiz os desenhos no meu rosto, recitando as palavras as quais eu lembrava ter usado diversas vezes enquanto fugia de Merlin.

Aquilo me protegeria do Gavião e não deixaria que ele me encontrasse. Abri o portal diante de mim. Eu não era boa como Elina, então senti o feitiço roubar boa parte das minhas energias. Atravessei cambaleante antes de cair na neve.

A neve macia e alta me fez erguer os olhos devagar. Eu não sabia bem onde eu havia parado. Talvez tivesse usado mais magia do que deveria quando lutei contra o Ratel.

— Maldito Texugo. — Eu murmurei, me colocando de pé e tremendo antes de dar alguns passos e de ver para onde eu ia.

Quando avistei a muralha alta de Tiror um sorriso pequeno nasceu no meu rosto. Caminhei apressada até o portão, onde o homem de cabeleira loira e desenhos no pescoço veio me encontrar.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora