Capítulo 30 - Uma Visita Inesperada

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         Acordei por volta do meio-dia, após a exaustiva viagem. Fitei o teto de madeira, ainda repassando em minha mente as coisas que tinham acontecido nos últimos dias. Eu havia quase morrido e sido salva graças a Kendra, Rorik, Gunnar, Myra e Astrid. Todos eles estavam me protegendo, e fazendo bem mais do que a obrigação.

         Além do mais, eu finalmente conhecera Remy Torben. Talvez fosse por eu ter imaginado tantas vezes o momento, ou pelo fato dele parecer não ter gostado muito de mim, mas eu me sentia um pouco triste quanto a isso.

         Sentei-me no confortável e grosso acolchoado da cama baixa de madeira polida, e vi uma roupa dobrada junto aos meus pertences. Engatinhei até ela e a desdobrei. Era um conjunto, com uma longa e bufante saia vermelha, e uma blusa de manga larga e comprida, num azul escuro. Ambas as peças com desenhos em dourado.

         As vestimentas de Stoffel pareciam um pouco diferente das de Long Mu, mas ainda tinham um belo toque oestino, como o corte, e a gola transpassada. Lembrei-me de que Remy Torben ficara descontente com a nossa imundice, e aquelas roupas deviam ter sido arranjadas graças a ele. Só não imaginei que seriam tão luxuosas.

         Me higienizei no lavabo e me vesti, um pouco confusa com a roupa. Desisti, e me sentei em frente ao espelho, ajeitando meu cabelo. Tentei algumas vezes imitar um pouco os penteados oestinos que vira no meu trajeto. Por fim, me consolei com metade do cabelo solto, e a outra presa em um coque de tranças, que era um dos poucos penteados que eu sabia fazer sozinha.

         Lembrei-me de ainda ter algumas das joias que roubei do Vale, e vasculhei minha bolsa velha. Achei lá dentro, no compartimento escondido, o saco de joias. Tirei um grampo de ouro e rubis, e o coloquei no cabelo, além de usar um par de brincos da mesma pedra para acompanhar.

         Sorri pequeno, satisfeita com o que vi no espelho. Há muito tempo não me arrumava e não me dava a vaidades, e o tempo passado na precariedade do mar me esmorecera um pouco. Isso além do fato de eu estar constantemente fugindo pela minha vida. Suspirei e me pus de pé.

         Não tardou que uma servente aparecesse, batendo na porta. Quando abri, e ela viu a forma desleixada com a qual eu colocara a diferente vestimenta, sorriu, e adentrou, ajeitando-a sem dizer uma palavra. No fim de tudo, fez uma vênia para mim.

         Sorri para ela. E então escutei gritos vindos de fora. Me apressei, segurando a longa saia e correndo em direção ao jardim.

         Quando cheguei no pátio da entrada, dei de cara com Rorik, descabelado, e sem camisa. Parecia ter acabado de acordar, e ter saído correndo assim que ouviu o grito. Atrás, não demorou que aparecessem Gunnar, e Myra, com olhos sonolentos.

         Fitamos o pátio, cheio de soldados em um círculo, armados com flechas. No centro do círculo, notei que haviam duas pessoas. A cabeleira loira de Mimir e o cabelos negros de Merlin chamaram minha atenção, e corri em direção aos soldados, afobada.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora