Capítulo 28 - Remy Torben

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          Após nos separarmos de Água Negra, as coisas ficaram ligeiramente difíceis

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          Após nos separarmos de Água Negra, as coisas ficaram ligeiramente difíceis. Enquanto nos escondíamos na hospedagem, só podia pensar o quanto nos metemos em um problema atrás do outro, e como Anna não tinha um dia de sossego, sem que algo desse drasticamente errado.

          Devia ter refreado meus pensamentos quando me deitei, pois pensamentos ruins às vezes atraiam mais desgraça.

          Durante o meu sono sonhei de novo com a figura infantil e dourada que vira na Ilha dos dragões, com seu ninho na cabeça e sua risada miúda. Se aquela era realmente a ninfa do vento, me perguntava o porque ela continuava a me perseguir nos meus sonhos. Suas palavras eram sempre vagas, como "Vamos brincar?", "o vento ama brincar". E eu sempre dizia não.

          Despertei de mais um sono, ao ouvir um barulho, que se parecia com meu nome sendo chamado. Abri os olhos apenas para ver a cena diante de mim: homens invadindo nosso quarto pelo jardim, enquanto Escarlate lutava contra um.

          Estendi minha mão até o Rompe-Muralhas e saltei de pé. Notei o Fantasma e Myra fazerem o mesmo. Tentei contar e jurei ver por volta de vinte homens do lado de fora, com suas faces cobertas com capuzes pretos.

          — O que é toda essa gente? — Astrid Mau Agouro perguntou.

          — A Casa da Fênix deve tê-los mandado. — Escarlate respondeu.

          Escarlate saltou no jardim, e eu e o Fantasma a seguimos. Observei de relance a forma como os cabelos vermelhos da mulher sacolejavam ao vento, e sua espada tilintava de encontro a lâmina inimiga. Ela era rápida, trocando de inimigo em segundos. Os cabelos cor de sangue brilhavam tanto quanto o sangue dos atacantes, deixando claro porque a chamavam de Caçadora Escarlate.

          A mulher trocou um olhar comigo, e cortei diagonalmente um homem, empurrando-o com um chute, para conseguir me aproximar dela. Colei minhas costas nas dela, guardando-a.

          — O que é a Casa da Fênix? —  Perguntei, enquanto fazia força com o cabo do martelo para afastar a espada de um do homens.

          — É um clã assassino. Cuidado. Eles são todos muito perigosos. —  A mulher respondeu.

          Ouvi um grito antes de conseguir enxergar o Fantasma lutando ferozmente no meio de tantos inimigos. Ele girava seu corpo com tamanha velocidade que suas lâminas reluziam antes de acertarem os adversários. Seu estilo de luta era, se algo, gracioso.

          Era um tanto diferente do que nós das campanhas de Balder chamávamos de luta e me lembrava de alguma forma de Issachar, e de sua habilidade em se locomover.

          Senti as costas de Escarlate se pressionarem ainda mais contra as minhas. O meu atacante me empurrava, e o dela fazia o mesmo, e eu estava prestes a perder no cabo de guerra.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora