Capítulo 40 - O Trágico Destino de Kendra Angrboda

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         Eu acordei cedo e já me pus de pé

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Eu acordei cedo e já me pus de pé. Não tardou que Calisto aparecesse batendo à minha porta enquanto eu me vestia.

— Já estou preparando a nossa partida. Mas poderia ao menos se esforçar para permanecer no palácio? — Calisto disse, enquanto eu insistia em ignorá-lo. — O rei perguntou a noite toda sobre você, e eu tive que mentir, dizendo que estava atrás de algum rabo de saia.

Calisto disse, tentando observar alguma reação em mim, mas bati no ombro dele.

— Obrigado. — Respondi.

— Mas onde você estava, de verdade? — Ele quis saber.

— Atrás de uma rabo de saia. — Eu falei. O homem suspirou como quem não acreditasse em mim.

— O rei quer ter certeza de que o fato dele não se envolver no nosso problema com Antar não será malvisto por lorde Felkor, então te convidou para caçar com ele hoje a tarde. — Calisto explicou.

— Diga que não me viu, e acabei saindo novamente atrás do rabo de saia. — Eu falei, mas minha resposta o deixou impaciente.

— Quer insultá-lo, moleque? — O homem perguntou, enquanto eu guardava minha espada no cinto. Ergui meu olhar para ele.

— Não foi ele o primeiro a nos insultar? — Perguntei. — Ele nos evitou o quanto pôde, e mandou que seus filhos nos mantivessem ocupados. Agora, de repente, ele quer nos fazer sala? Creio que desta vez nós é quem teremos que recusar. Ao menos para manter o orgulho. — Expliquei.

— Orgulho não é algo que ajuda muito a nossa causa. — Calisto retrucou.

— Nos humilhar também não. Afinal, ele já deixou claro com suas ações que não irá se meter na nossa guerra. — Falei e passei por Calisto. Parei o passo por um instante. — A propósito, general... Da próxima vez que me chamar de "moleque" não serei tão paciente. Só porque é velho não significa que pode desrespeitar seu futuro lorde, não é mesmo?

O silêncio encheu o quarto. Talvez Calisto não esperasse que eu lhe corrigisse um hábito de tantos anos, mas sua resposta foi a prova do quanto o general era rápido em ler a situação:

— Claro, mestre Felkor, perdão pela insolência. — Ele disse, apesar de não parecer realmente arrependido.

— Não me leve a mal, não tenho a menor intenção em esperar que me siga apenas por ser neto do meu avô. Irei fazer por merecer a sua lealdade, mas um pouco de respeito nunca matou ninguém, não é mesmo? — Perguntei, fitando-o pelo canto dos olhos. O homem se limitou a sacudir a cabeça positivamente antes que eu deixasse o quarto e me encontrasse no estábulo com Bisonte, como combinado.

Após o árduo trabalho de novamente despistar nossos seguidores, nos encontramos com Alice numa taverna e caminhamos até a casa de Benjav, envoltos em silêncio. Paramos diante da residência, cujo portão estava escancarado, e avistamos Benjav e Petris conversando no meio do pátio principal.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora