No Volume II desta trama, o grupo de aventureiros finalmente colide. Uma aventura com piratas toma lugar em alto-mar, enquanto, em terra, um conflito se desenvolve, e aumenta a tensão entre as nações vizinhas. Diante da infindável perseguição, esses...
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Quando a manhã caiu, nos pusemos a caminhar pela floresta. Alguns homens iam à frente, cortando as plantas altas com um facão. Logo após vinha Água Negra, Kendra Angrboda, os ruivos, e nós. Myra caminhava ao meu lado, assim como Gunnar, e mais alguns piratas seguiam logo em nosso encalço.
Notei as várias olhadas do pirata Caolho para mim, o mesmo que havia me atacado no navio, e quando nossos olhares se cruzaram, ele lambeu os beiços imundos, mas de repente se encolheu, acuado. Virei o rosto e notei que Gunnar o encarava.
Na ausência de Bisonte, Gunnar era decerto grande e forte o suficiente para fazer medo na maioria ali, exceto talvez por Água Negra, e pelo ruivo, cuja presença não ia sem se notar.
À medida que seguíamos pela trilha, mosquitos nos rodeavam, e o calor dentro da floresta era tanto que eu pingava suor, o que era pouco usual para mim. Ainda assim, os piratas caminhavam em silêncio, sem dar um pio de reclamação.
E eu até queria fazer perguntas sobre o que porcarias estávamos caçando ali, mas não me aprazia chamar a atenção de Água Negra mais do que o necessário. Eu ainda tinha medo... Medo de que ele soubesse quem eu era de verdade.
Pois até então, tudo que ele sabia era que eu descendia dos pássaros, mas não tinha ideia de que eu era uma rainha, e eu tinha a teoria de que nada de bom surgiria do fato, caso ele viesse a saber.
— Ali está... — Ouvi a voz dele murmurar, embargada de emoção, e notei que as pessoas a nossa frente haviam parado.
Água Negra deu alguns passos à frente, abrindo a nossa vista para o extenso rio cristalino, e para uma campina. Era um lugar florido e cheio de aves e vida. Para muito além do rio, era possível se ver uma enorme cadeia montanhosa, a qual eu nem sequer notara no escuro, quando nos aproximávamos da ilha pelo mar.
— Já chegamos? — O ruivo reclamou, removendo a camisa, e exibindo o torso branquelo e bem talhado.
Ao ver que o olhava, ele me piscou, e desviei meu olhar para longe dele. Era incrível como ele tinha energia para mexer comigo, apesar de estar suando mais do que todos nós, e com o rosto vermelho como uma fornalha.
— Qual o problema com esse lugar? Como pode ser tão quente? — Ele resmungou, ofegante. E se ajoelhou na beira do rio, molhando o rosto e bebendo água.
— Para onde estamos indo? — Ouvi Kendra perguntar, levando a mão à cintura. Removeu seu casaco, e se abanou com a mão.
— Para o pé da montanha mais alta. — Água Negra a respondeu.
Ouvi o barulho de um tapa, e todos se viraram na direção do pirata que acabara de matar um mosquito em seu pescoço. Ao ver nossos olhares, ele sorriu com os dentes podres e um olhar sem jeito. Kendra bufou e enrolou o cabelo, o prendendo no alto.