Capítulo 50 - Prelúdio da Lua Cheia

35 3 0
                                    

Já era meu terceiro dia em Nüma

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Já era meu terceiro dia em Nüma. E desde então havia me dito diversas vezes que minha mãe não estava mentindo para mim e que ela realmente só queria que Anna lhe curasse de sua maldição. Afinal, Água Negra tinha agido da mesma forma.

Na verdade, uma parte de mim sabia que esse raciocínio era falho, mas a gente crê no quer crer.

Nas conversas que tive com Lilura eu podia ver que ela realmente acreditava nas coisas que dizia sobre como precisava do poder de Anna. Mesmo sua história era triste e me rendia algumas lágrimas, porém eu mesma me questionava quanto do que ela estava me dizendo era verdade.

Ao perceber o poder de Anna, Água Negra passou a tratá-la com toda a pompa do mundo, mas minha mãe ainda mantinha Anna presa numa cela no calabouço, que eu evitei visitar pois não queria ter que encará-la.

Naquela manhã, porém, quando eu finalmente decidi deixar o quarto, uma guarda me barrou. O ato em si me deixou muito desconfiada.

Toquei o ombro dela e disse:

— Me deixe ir. — E ela se afastou devagar.

Eu juraria que naquele lugar ninguém seria afetado pelo meu poder, mas eu tinha a estranha impressão de que minha magia estava mais forte desde que eu entrei ali.

Desci pelos corredores escuros me esgueirando. Era dia, mas como sempre não havia muita gente andando pelo castelo.

Percebi que já era hora de tomar coragem. Respirei fundo e rumei para o calabouço onde estava a cela de Anna. Usei meu poder para que as guardas dormissem e me aproximei da cela dela, me agachando junto da grade.

— Anna... — Chamei, baixo o suficiente para que outras pessoas não pudessem me ouvir. Eu queria apenas saber se ela estava bem...

Anna abriu os olhos devagar e grunhiu. Se esforçou para se sentar ao me ver, mas parecia um pouco zonza.

— Astrid... Você... Está... Você está bem? — Ela perguntou, levando a mão à cabeça.

— Estou... — Murmurei, e permiti que meu traseiro tocasse o chão, me sentando num gesto de derrota.

Fitei-a, imersa em seus próprios grunhidos e pensamentos. Ela enfim ergueu os olhos entorpecidos na minha direção e eu arfei. Seus olhos lilases tinham um efeito estranho nas pessoas.

— Rorik... Estava vindo te salvar. — Anna disse e segurou a grade com força, se apoiando nela. — Não se preocupe, nós vamos fugir...

Ela falou e encostou a testa na grade, sem energia. Era difícil saber o que tinham feito com ela para que estivesse assim, mas havia uma especialista em venenos entre as bruxas. Eu engoli em seco.

— Eu não sou uma refém. Eu vim porque quis... — Eu murmurei, fitando o chão. — Elas disseram que não vão te matar, Anna... Só precisam do seu poder para se curarem da maldição das bruxas.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora