Capítulo 56 - O aviso do dragão

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Tudo aconteceu bem rápido

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Tudo aconteceu bem rápido. Achei que ia morrer, mas senti os braços envolvendo meu corpo e eu sendo erguido do chão. O barulho então veio e abri os olhos para ver que as mãos que me envolviam eram as de Anna.

— Anna... Você... Você está voando!?

Um par de asas rosadas na ponta, que iam se tornando brancas à medida que chegavam mais perto do tronco pálido da menina, sacolejava no ar.

Anna começou a descer e me soltou no chão antes de pousar e cambalear na minha direção enquanto suas asas recém crescidas se desfaziam, lançando as penas no ar.

Segurei a mulher antes que caísse e a apertei num abraço. Parecia que toda vez que éramos separados ela aparecia diante de mim sem que eu tivesse que realmente me esforçar. Eu havia invadido aquele lugar para salvá-la, mas lá estava ela me salvando...

— Issachar... — Ela chamou com uma voz rouca. — A bruxa.

Soltei seu abraço devagar. Por um instante, eu havia simplesmente me esquecido da bruxa. Segurei a mão de Anna com força: eu não poderia vacilar quando havia uma bruxa que abria portais com facilidade e poderia levar Anna de novo.

Dei as costas à Anna e fitei o enorme buraco na direção da qual o som da explosão tinha vindo. De alguma forma Anna havia lançado a bruxa tão longe...

A bruxa ruiva caminhou por entre os escombros da parede de tijolos. Sua testa sangrava e seus olhos nos encaravam com ódio explícito. Mesmo sem fitar o céu eu soube que a noite já estava chegando, e isso faria ser ainda mais difícil para nós.

A bruxa ruiva parou e um portal se abriu atrás dela. Do outro lado eu pude ver a bruxa de olhos puxados deitada no chão de um quarto, com um ferimento no ombro e uma respiração ofegante. Devia ter se encontrado com um dos outros grupos.

A ruiva e ela trocaram algumas palavras.

Olhei rapidamente em volta. Zelemir e Kendra não pareciam estar na melhor das condições, mas o tal Merlin havia matado a bruxa de cabelos cacheados sem sequer se ferir. Volvi meu olhar para o portal. A conversa entre a bruxa ruiva e a mulher de olhos pequenos ainda seguia.

— Issachar... — A voz de Anna chamou novamente. Me virei para ela e ela caiu na minha direção. Notei então sua expressão abatida e pálida.

Já havia um bom tempo que as bruxas haviam começado o ritual. Deviam ter levado mais da metade da energia de Anna, e Anna usou o que ainda lhe restava para me salvar.

Anna apontou algo com o dedo e ergui meus olhos para ver o fantasma do tigre branco de Jiang bem diante de nós.

— O que houve? — Eu perguntei, fitando o tigre. A voz de Jiang falou através dele:

— Eu já terminei de varrer o castelo. Há algumas mulheres em quartos do subsolo... Mas os dois grupos não vão conseguir salvá-las, pois ambos estão morrendo. — Jiang disse.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora