Capítulo 73 - Os patronos

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Os dias na Parede de Pedra haviam passado como o vento

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Os dias na Parede de Pedra haviam passado como o vento. Mergulhei como pude nos livros, buscando entender o estado da província e percebi que tudo estava bem melhor do que eu havia imaginado. Havia muito dinheiro, mas nenhum investimento, uma vez que só o lorde da província teria poder para reter dinheiro e investi-lo localmente.

A própria fortaleza precisava de muitos reparos, os guardas eram poucos e eu ousaria dizer: patéticos; Mas a notícia de que eu havia chegado na fortaleza movimentou as coisas a nosso favor.

O cheiro de maresia machucava um pouco o meu nariz e eu tinha dificuldade em dormir, mas imaginei que logo me acostumaria. Me levantei um pouco dormente após uma pausa dos livros e uma batida na porta quase me assustou. Uma das muitas servas que Pietá contratou tinha vindo me acordar da minha soneca da tarde. Eu ainda não sabia nomes, especialmente porque a cada dia parecia haver um funcionário novo para cuidar do enorme complexo que eu agora chamava de casa.

Achei que teria dificuldades, mas parecera mais fácil do que imaginei me acostumar com a ideia de ter pessoas me servindo e com toda a pompa que vinha junto. Percebi que era mais fácil se acostumar com coisas boas do que com coisas ruins... Talvez todo mundo soubesse disso, mas eu não sabia, pois raramente havia experimentado coisas boas.

Sir Syaoran levou nosso convite aos homens mais importantes da cidade para o jantar que eu pretendia dar. Já estava há alguns dias imaginando que tipo de discurso faria para convencê-los a se unir a mim. O que eu podia ver claramente e esperava que eles vissem também era como a presença de um líder na província e o funcionamento da fortaleza começava a movimentar a economia local, oferecendo uma centena de empregos.

Agora eu entendia melhor muitas das coisas que meu avô dizia sobre o desafio de liderar pessoas e garantir sua sobrevivência, apesar de estarmos fazendo isso de formas um pouco diferentes.

Mas era estranho... Mesmo me olhando no espelho, vestida em roupas caras e joias belas, eu tinha dificuldade de acreditar que eu era uma líder... Ou melhor: uma lady antariana. Alguém capaz de representar uma província do maior império das terras Alvoras. Senti até um nó no estômago, como se de repente eu tivesse engolido algo maior do que eu conseguia digerir.

— Vai ficar tudo bem, Astrid... Você sempre quis ser mais do que a aberração dos Caçadores Brancos... Agora você tem a chance de provar que é... Pro seu irmão e pra Anna... — Assisti meu reflexo engolir saliva com dificuldade após estas palavras, mas respirei fundo e deixei o quarto.

Pietá andava pelo hall de entrada, dando ordens enquanto os servos se apressavam com os últimos detalhes do jantar. Ela apenas parou quando me viu descendo a escadaria.

— Nossos convidados logo estarão aqui.

— Onde está sir Syaoran? — Eu quis saber.

— Do lado de fora, organizando a guarda. Mais homens se juntaram hoje querendo trabalhar na fortaleza. Parecem mais empolgados do que pensei que ficariam. — Ela confessou.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora