Capítulo 31 - A Assassina

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         Eu segui a bruxa pela rua movimentada

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         Eu segui a bruxa pela rua movimentada. Eu odiava a capital de Stoffel. Suas ruas de terra que subiam muita poeira, e casas de madeira sempre cheias e barulhentas. Depois de tantos anos procurando, podia eu estar imaginando coisas? Mas a cabeleira ruiva andando pela rua, me dizia que eu estava certo.

         Certo o suficiente para me esquecer por um momento da promessa que fiz a Lorde Felkor. Senti meu coração acelerar-se no peito. Há muito tempo não sentia aquilo.

         Na minha pressa, trombei com força em alguém, e a voz familiar massageou meus ouvidos.

         — Aí! — Ela bradou. — Essa cidade é feita de pessoas tão rudes! — Reclamou.

         Virei meu olhar por um instante para contemplar a mulher miúda de olhos lilases, arrumando a roupa.

         — Anna!? — Eu me vi exclamando, de sobrancelhas franzidas. Ela ergueu os olhos na minha direção no mesmo instante, e sua expressão irritada e séria se desmanchou em surpresa. Quais eram as chances?

         — Issachar... — Ela balbuciou, com uma expressão abobada.

         Anna ficou parada por um instante, mas não demorei a sentir seu corpo avançando contra o meu, num abraço quente e apertado.

         As notícias eram de que o navio em que Anna adentrara estava desaparecido, mas lá estava ela, no Oeste, no meio de Stoffel. Retribuí seu abraço, um pouco confuso. Se seu corpo não estivesse tocando o meu, talvez eu achasse que estava vendo coisas.

          A menina se afastou de mim, esboçando a sombra de um sorriso no rosto confuso.

         — O que está fazendo aqui? — Eu perguntei, ainda incrédulo ao vê-la, quando a garota havia sumido há semanas num navio rumo às Ilhas de Mel.

         — Eu... — Ela iniciou, como se ainda estivesse absorvendo a situação.

         Lembrei-me da bruxa, e vi a ruiva se mover, pelo canto do meu olho. Não podia perdê-la, por nada.

         Respirei fundo, e senti o ar gelado da cidade tocar meus pulmões, me enchendo de energia. Volvi um rápido olhar para a rua longa adiante, para garantir que ainda conseguia ver a bruxa, e firmei meu olhar em Anna.

         — Vem comigo! — Eu puxei Anna pela mão, e ela me seguiu pelas ruas lotadas, com passos lentos e trôpegos. Sua mão pequena afundando na minha. Eu precisava dar um jeito de fazer aquilo funcionar.

         A ruiva parou novamente, após virar a esquina numa rua cheia de barracas e vendas de comida. Parei o passo na frente de uma barraca, bem quando vi a bruxa mover a cabeça, para que ela não notasse que eu a seguia.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora