Capítulo 24 - Noite de Bebida

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         Seguimos nosso ritmo, trabalhando como sempre

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         Seguimos nosso ritmo, trabalhando como sempre. Mas no quarto dia passamos por uma enorme tempestade. Houve correria e um grande desespero para controlar o timão e as velas. Achei que realmente morreríamos no mar, e cheguei a vomitar quando o susto passou.

         A noite caiu, mas o céu continuou nublado. Água Negra voltou para sua cabine, e nós terminamos de limpar o convés.

         Cansada, me sentei com Gunnar junto a uma lamparina, e me surpreendi ao ver o caneco estendido na minha frente. Ergui os olhos e era a Caçadora Escarlate me oferecendo uma bebida. Aceitei e lhe sorri, um pouco envergonhada. Ela sorriu de volta e se sentou ao lado de Gunnar com uma expressão exausta. Mesmo ela havia nos ajudado a limpar.

         — Os dias no mar são cheios de surpresa mesmo. Temos que aproveitar quando está calmo. — Ela murmurou.

         — E Anna? — Gunnar perguntou.

         — Acho que vou chamá-la. — Respondi.

         Me ergui e fui até o deque inferior. Bati na porta da cabine. Anna demorou um pouco, mas acabou abrindo. Tinha os olhos fundos e uma expressão abatida, e suspirou ao me ver.

         — Não quer sair um pouco? Beber conosco? — Perguntei.

         Ela hesitou por um instante, mas acabou concordando com a cabeça. Fechou a porta da cabine atrás de si, e me seguiu pelo deque. Ouvi seu passo parar e me virei para trás.

         Anna encarava a garota ruiva sentada na rede, iluminada apenas pela luz do luar que vinha da abertura. Anna caminhou até ela, e eu a segui de perto.

         — Astrid... — Anna chamou.

         A ruiva ergueu os olhos brilhantes e alaranjados para ela, como se tivesse sido pega de surpresa.

         — Quer beber conosco?

         — Eu? — A ruiva murmurou, como se não fosse um convite usual.

         Anna sacudiu a cabeça positivamente, e lhe estendeu a mão. A ruiva fitou a mão de Anna, e após segundos de silêncio, se pôs de pé, aceitando sua gentileza. Seguimos para cima.

         Gunnar, Barata, e Escarlate já estavam sentados num canto, bebendo sob a luz da lamparina. Peguei umas canecas e as enchi no barril, distribuindo-as para Astrid e Anna. Me sentei também, com meu caneco em mãos.

         — Tudo bem? — Gunnar perguntou, fitando Anna.

         Ela apenas sacudiu a cabeça, terrivelmente silenciosa. Eu me lembrava de que em Zalim ela não aguentara muitos canecos antes de ficar bêbada, o que me denunciava que ela não era lá de beber. Mas seria bom pra ela poder passar um tempo no convés.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora