Capítulo 75 - Noivado

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O sonho peculiar novamente

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O sonho peculiar novamente... Eu estava boiando sobre um lago onde minha mãe segurava uma coroa e me pedia para salvar meu povo que sofria. Ao lado dela um lobo me encarava...

Memórias de repente me invadiram... Memórias caóticas, envoltas em agonia. Eu podia ver o focinho de Raul coberto de sangue e meu próprio sangue escorrendo pelo chão de concreto dos fundos do templo.

Eu havia morrido? Seria aquilo o que dizem sobre sua vida passar diante de seus olhos?

Eu acordei em um salto ainda confusa entre sonho e realidade. O rosto assustado e enrugado de Patrin me fitando me deixou ainda mais perdida. Me lembrei também... De ter pedido a Merlin que me levasse até Issachar. Ele havia mesmo feito aquilo por mim? Me peguei suspirando aliviada, mas não conseguiria dizer exatamente o porquê.

Meus olhos varreram o quarto vagarosamente e pararam sobre uma poltrona em um canto, de onde Leonel também me encarava. Ao seu lado a armadura pesada descansava, mas ele ainda usava sua malha de aço e tinha a espada pronta nas mãos como se me guardasse em meu sono.

De repente, tudo se fez claro para mim. Respirei fundo, sentindo meu ar faltar por um instante.

— Por quanto tempo dormi? — Perguntei, fitando o rosto surpreso de Leonel.

— Não mais que três dias.

Tateei minha barriga, mas tudo que senti foi o relevo de uma cicatriz. O corte não estava mais lá. Volvi o olhar para Patrin.

— Como posso estar curada? Achei que fosse morrer... — Eu murmurei, sentindo um calafrio percorrer meu corpo e uma ânsia passear pelo meu estômago. A menção do evento ainda me inquietava. Ah, achei mesmo que fosse morrer.

— Nem mesmo eu sei como se curou tão rápido. Sua ferida cicatrizou sozinha. Achamos que pode ter sido algo que o bruxo fez. — Patrin respondeu com sua fala rouca. — Nunca vi nenhuma bruxa com uma magia de cura tão acelerada e excelente, mas lorde Issachar diz que esse bruxo conseguiria.

Lorde Issachar? Ele foi coroado? — Perguntei. Meu coração se aqueceu um pouco ao ouvir o nome dele. Patrin fez que sim com a cabeça.

Pensei em me erguer, mas apertei o cobertor contra o meu corpo ao perceber que eu estava quase pelada, não fosse pelas faixas que cobriam meus seios.

— Onde ele está? Lorde Issachar... — Eu quis saber.

— Hmm... Acho que está resolvendo assuntos do reino. Há muito o que fazer e vossa presença aqui apenas aumentou o reboliço entre os membros do conselho. — Patrin contou sem cerimônias. Lá estava eu causando mais problemas para Issachar.

— Eu preciso vê-lo.

— O que acha de se banhar e comer algo primeiro? — Patrin perguntou, se erguendo com o corpo um pouco trêmulo. — Mandarei alguém avisar a ele que você acordou.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora