Enchi meu caneco de bebida, e quando ergui os olhos para o lado notei o homem que parecia ter saído das minhas lembranças. Ele me notou também, e me fitou com surpresa.
— Por um instante quase achei que você fosse uma outra pessoa que conheço. — Ele falou. Sorri pequeno.
— Issachar Felkor. Quanto tempo. — Eu cumprimentei.
— Sabe onde está Anna? — Ele perguntou.
— Que rude. Não vai nem perguntar como estou? — Eu quis saber.
Ele pareceu me analisar. Não tinha mudado muito ao longo dos anos, apenas ficado definitivamente mais masculino e com um físico mais bem definido. Ainda tinha o mesmo olhar atento e arrogante, e a voz calma como a de um experiente guerreiro.
— Por que eu perguntaria algo que não quero saber? — Ele questionou. Sorri.
— Sabe... Eu pensei muito em você ao longo dos anos, no que você me disse. E vi que tinha razão. Sobre como os Caçadores Brancos tinham medo de mim... Posso dizer que foi libertador saber disso. — Eu falei.
— Imagino que é por isso que estão aqui hoje. — Ele concluiu.
Era um homem inteligente. Respirou fundo.
— Sabe onde está Anna? — Insistiu.
— Sei. — Me dei por vencida. — Me siga. Te levarei até ela.
Falei e deixei meu caneco, dando início a caminhada até o quarto do tal mago amigo de Anna. Ouvi a voz do homem atrás de mim, quando ele notou que nos afastávamos da festa:
— Por que ela não está na celebração? — Ele quis saber, provavelmente desconfiado de mim.
— Porque está fazendo companhia ao amigo dela... Um tal de Merlin. — Eu respondi, e o homem aceitou a resposta.
Pensei um pouco e me vi pedindo:
— Posso te fazer uma pergunta?
Ele não disse nada, então imaginei que a resposta era sim.
— Por que se interessou por uma mulher como Anna? Quero dizer, eu sei que ela é bonita. Mas ela também é gentil e quase ensolarada... E você é... Bom, você. — Eu disse.
— Acha que eu não a mereço? — Ele pareceu ler nas entrelinhas.
— Acho que não combinam.
Parei o passo já diante da porta do quarto do mago, e fitei o Felkor. Issachar me analisava da mesma forma como fizera anos atrás. Era intrigante até. Amiudou os olhos.
— Você gosta da Anna? — Ele quis saber.
Senti um incômodo no peito. Suspirei.
— Gosto. Ela é uma boa pessoa... A única além do meu irmão que me abraçou depois que eu despertei meus poderes. Ela não tem medo de mim, e eu acho isso curioso. — Eu respondi, mas ele continuou me olhando.
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O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do Alvorecer
FantasyNo Volume II desta trama, o grupo de aventureiros finalmente colide. Uma aventura com piratas toma lugar em alto-mar, enquanto, em terra, um conflito se desenvolve, e aumenta a tensão entre as nações vizinhas. Diante da infindável perseguição, esses...