Capítulo 38 - A aprendiz do feiticeiro

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Enchi meu caneco de bebida, e quando ergui os olhos para o lado notei o homem que parecia ter saído das minhas lembranças

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Enchi meu caneco de bebida, e quando ergui os olhos para o lado notei o homem que parecia ter saído das minhas lembranças. Ele me notou também, e me fitou com surpresa.

— Por um instante quase achei que você fosse uma outra pessoa que conheço. — Ele falou. Sorri pequeno.

— Issachar Felkor. Quanto tempo. — Eu cumprimentei.

— Sabe onde está Anna? — Ele perguntou.

— Que rude. Não vai nem perguntar como estou? — Eu quis saber.

Ele pareceu me analisar. Não tinha mudado muito ao longo dos anos, apenas ficado definitivamente mais masculino e com um físico mais bem definido. Ainda tinha o mesmo olhar atento e arrogante, e a voz calma como a de um experiente guerreiro.

— Por que eu perguntaria algo que não quero saber? — Ele questionou. Sorri.

— Sabe... Eu pensei muito em você ao longo dos anos, no que você me disse. E vi que tinha razão. Sobre como os Caçadores Brancos tinham medo de mim... Posso dizer que foi libertador saber disso. — Eu falei.

— Imagino que é por isso que estão aqui hoje. — Ele concluiu.

Era um homem inteligente. Respirou fundo.

— Sabe onde está Anna? — Insistiu.

— Sei. — Me dei por vencida. — Me siga. Te levarei até ela.

Falei e deixei meu caneco, dando início a caminhada até o quarto do tal mago amigo de Anna. Ouvi a voz do homem atrás de mim, quando ele notou que nos afastávamos da festa:

— Por que ela não está na celebração? — Ele quis saber, provavelmente desconfiado de mim.

— Porque está fazendo companhia ao amigo dela... Um tal de Merlin. — Eu respondi, e o homem aceitou a resposta.

Pensei um pouco e me vi pedindo:

— Posso te fazer uma pergunta?

Ele não disse nada, então imaginei que a resposta era sim.

— Por que se interessou por uma mulher como Anna? Quero dizer, eu sei que ela é bonita. Mas ela também é gentil e quase ensolarada... E você é... Bom, você. — Eu disse.

— Acha que eu não a mereço? — Ele pareceu ler nas entrelinhas.

— Acho que não combinam.

Parei o passo já diante da porta do quarto do mago, e fitei o Felkor. Issachar me analisava da mesma forma como fizera anos atrás. Era intrigante até. Amiudou os olhos.

— Você gosta da Anna? — Ele quis saber.

Senti um incômodo no peito. Suspirei.

— Gosto. Ela é uma boa pessoa... A única além do meu irmão que me abraçou depois que eu despertei meus poderes. Ela não tem medo de mim, e eu acho isso curioso. — Eu respondi, mas ele continuou me olhando.

O Martelo das Bruxas - Volume II: As Crônicas dos Guardiões do AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora