MARIANE
Enquanto o Danilo foi buscar o Victor, eu aproveitei pra dar uma geral na casa, que não estava muito bagunçada, mas eu sou chata demais com limpeza.
Depois que terminei, fui ao mercadinho que tem aqui perto, comprei as coisas pro almoço e vou tentar fazer um bolo de batata com bacon, já que é a comida preferida dos dois. Espero que eu tenha sorte.
Quando estava saindo do mercado, dei de cara com a Rebeca, irmã da Roberta, que não fez cerimônia nenhuma e me parou, o que me deixou totalmente desprevenida, até porque, como já disse anteriormente, nunca tivemos nenhum tipo de relação, só nos falávamos por educação, nada além.
— Cara, a cada dia que passa, você fica mais bonita. — disse rindo, depois de me cumprimentar com dois beijos.
— Ah, que isso! — eu retribui o cumprimento. — Muito obrigada! — respondi super sem jeito.
— Aqui, desculpa falar sobre isso... — aquela pausa dramática. — Você soube o que aconteceu com a Roberta?
— Vi o estado em que ela estava, mas não procurei saber. — já cortei o assunto, não tem necessidade de falar sobre e as pessoas não tem noção alguma na hora de puxar assunto.
— Entendi. Eu soube que ela tá ali na Luiz, próximo ao viaduto, sabe? — ela disse com tom de deboche, como quem diz "bem feito", deixando escapar um sorrisinho no canto dos lábios.
— Desculpa, Rebeca. Mas nada que envolva ela ou o César é do meu interesse, ok? Bom te ver. — não esperei resposta, só saí.
Fui pra casa pensando no quanto as pessoas são sem noção e inconvenientes, sabe? A Roberta errou demais com todo mundo, está pagando pelo que fez, mas não consigo entender qual é a graça de tripudiar em cima da dor alheia. Enfim...
Cheguei em casa e já fui logo adiantando o almoço, botei um bom pagode na caixinha, abri tudo, botei a mesa na varanda e pus a mão na massa.
Já estava com quase tudo pronto, quando eles chegaram, o Victor de início ficou meio tímido, sem falar muita coisa, me olhando sempre de rabo de olho e eu querendo ao máximo me aproximar dele, afinal, mais tarde quando o Danilo fosse pro plantão, só ficaríamos nós dois, precisava quebrar o gelo.
Pra minha surpresa e felicidade, na hora do almoço, esse gelo foi quebrado. Eles ficaram apaixonados pelo bolo que eu havia feito, os olhos chegavam a brilhar. E eu, respirava aliviada, tia Angela me ensinou muito bem.
— Tia, você pode fazer esse bolo sempre que eu vier aqui? — disse enquanto o pai dele servia mais um pouco em seu prato.
— Claro que posso, bonitão.
— Ih, vai ficar gordão, hein cara. — DN falou brincando com ele.
— Vou ficar igual ao vovô, né pai? — disse rindo.
Eu estava muito feliz em ver aquela cena, o Danilo todo concentrado, fazendo as coisas pelo filho e ele claramente se sentindo muito bem na minha casa, sabe? Acho que não há coisa melhor.
Depois que estávamos satisfeitos, tirei a mesa e os dois me ajudaram a guardar tudo. E enquanto eu lavava as poucas coisas que sujamos, ouvi o Victor dizer.
— Será que eu posso entrar na piscina, pai?
— Pode, filho. Mas tem que esperar um pouco, você acabou de almoçar.
— Tá bom! E eu posso chamar a tia Mari pra ir comigo?
— Pode sim, mas vai me deixar de fora? — eles começaram a rir.
— Não, pai. Mas é que eu gostei muito dela, ela é muito legal.
Sabem a sensação do coração quentinho? Então, foi isso que aconteceu comigo.