FLASHBACK ON
— Vamo ficar nessa mesmo? — cruzou os braços, ainda em cima da moto.
— Nessa de quê? — fiz a maluca.
— Tu me olha, eu te olho e o beijo, vai sair nunca? — encostou a moto mais pra frente e desceu dela, vindo na minha direção.
Eu não sabia o que responder à ele, eu queria mesmo beijá-lo, e segui o meu instinto. Aproveitemos o pouco movimento, devido ao horário e nos beijamos ali, a poucos metros do portão da minha casa.
Eu já tinha beijado outras bocas, mas foram coisas bobas, coisinha de escola, nada que me fizesse sentir o que ele fez.
— Qual teu nome mermo? — perguntou depois de finalizar o beijo.
— Mariane. — respondi tímida.
— Satisfação, eu sou o César. Teu futuro namorado. — me deu mais um selinho e eu retribui, como uma boba.
Não falamos muito, afinal, já era tarde e eu precisava acordar cedo no dia seguinte, já que eu estudava de manhã. Então, fui pra casa e a partir daí, começou a nossa história.
FLASHBACK OF
Nós temos 10 anos de diferença, ele tinha 24 quando o conheci, me tratava como uma princesa, me buscava na escola, me acompanhava nos bailes, era tudo que uma novinha quer.
Não demorou muito tempo, depois do meu aniversário de 15 anos, descobrimos a doença da minha mãe, ela tinha câncer do colo do útero e o seu diagnóstico foi tardio, o que me deixou sem chão, porque eu podia perder minha mãe a qualquer momento.
Nessa época, eu parei de estudar, contra a vontade do Cesar, que sempre me incentivou, sempre quis o meu melhor. Mas, eu precisava cuidar da minha mãe, ela só tinha a mim e eu só tinha a ela.
O demônio do marido dela vivia bêbado, só aparecia em casa pra fazer inferno e sumia. Um dia, eu tinha acabado de ajudar minha mãe, estava esperando o César pra jantar, quando ele chegou.
Fez todas as graças dele, e eu quieta, me esquivando o máximo que podia.
FLASHBACK ON
— Vem aqui! — ele disse com a voz embargada. — Sua mãe não pode me dar, mas você pode. — agarrou a mão no meu cabelo e puxou minha cabeça com força, colando meu rosto no dele.
Eu tentava de todas as formas, empurrar seu corpo, mas ele era infinitamente mais forte que eu, logo, minhas tentativas eram inúteis.
— Eu sei que você gosta. Vai fazer comigo igual você faz com seus bandidinho.
Com a mão que estava vazia, ele enfiou por baixo da minha blusa e começou a apertar meu seio de forma agressiva.
— Me solta, por favor. Para! — eu dizia chorando.
— Se sua mãe te ouvir, eu mato vocês duas. — ele passava aquela língua áspera e nojenta no meu rosto, tentava enfia-la na minha boca e eu tentava me afastar.
— Sai, Renato. Me solta. Por favor! Me solta!
Ele desceu com as mãos até a minha calça, forçando a mesma, pra tentar me tocar, enquanto eu me debatia e ele segurava firme no meu cabelo. Até que minha salvação apareceu...
O César já sabia mais ou menos o que acontecia, eu já tinha explicado à ele o motivo d'eu não permitir que ele me tocasse, por ficar travada em todas as vezes que eu ficava sozinha com ele e etc...
Ele apareceu como um leão, voou em cima do Renato, que foi com tudo em cima do fogão e a panela de água fervendo caiu por cima dele. Que cena horrível!
O César ainda deu umas porradas nele, enquanto ele agonizava de dor. Até que minha mãe chegou, arrastando o chinelo e aí, tivemos que explicar tudo.
No início, ela chorou, me culpou, gritou comigo e pediu pra que eu sumisse da frente dela, mas depois me chamou pra conversar, pediu desculpas, chorou mais e me fez todas aquelas perguntas.
Sobre o Renato? Os caras do movimento deram fim à ele, do jeito que ele merecia.