MARIANE
Tinha acabado de sair do banho, quando ouvi alguém me chamar no portão e fui atender. Só o conhecia de vista, então, fui meio ressabiada.
— Oi? — disse ao sair pelo portão.
— Tu que é Mariane, né? — concordei com a cabeça. — Fica esperta que seu marido tá comendo a Roberta, tá ligado?
Sabe aquela sensação de que acabaram de arrancar o seu coração de uma vez, só? Então... Eu senti cada pedaço do meu corpo tremer, minha vista embaçou, não consegui conter as lágrimas e ouvi de longe, a voz do César.
Imediatamente entrei pra casa, me trancando no quarto e nem tomei conhecimento do que estava acontecendo lá fora. Lembrei dos momentos em que eles podem ter ficados sozinhos aqui, dos olhares que trocaram e eu não via maldade. Lembrei da voz da Jessica dizendo que havia me avisado, do plantão em pleno final de semana e da mudança repentina de comportamento. É, como tudo isso pode ter acontecido embaixo do meu nariz e eu não vi? Sou muito burra mesmo.
Comecei a arrumar minhas coisas, enquanto o César esmurrava a porta e dizia que ia aeronave se eu não abrisse. Ele podia gritar, berrar, até atirar se quisesse. Eu já estou morta por dentro mesmo, não vai fazer diferença.
Botei o que consegui de roupa na mala que eu tinha e sentei na cama, enquanto olhava fixamente pra porta, esperando a hora que ela fosse cair, de tanta porrada que o César dava nela.
Não demorou muito e ele atirou, arrebentando a dobradiça e fazendo com que a porta caísse em cima da minha cômoda novinha, que eu ainda nem tinha terminado de pagar.
Ele entrou como um furacão no quarto, vindo pra cima de mim, segurando meus cabelos, pedindo desculpas, dizendo me amar, tentando me beijar e tudo mais, enquanto eu permanecia estática.
— Sai de perto de mim. — disse serena, mas ele parecia não me ouvir.
— Onde você vai?
— Não te interessa, me solta, sai de perto de mim. Por favor, não me encosta. Eu não quero ver nem você e muito menos a Roberta.
— Você não vai em lugar nenhum não, tá maluca? — me deu um tapa na cara e eu não reagi.
Não sei o que deu nele, mas assim que eu tentei levantar, os golpes começaram. Ele batia em mim como se eu fosse uma boneca, gritava dizendo que eu era mulher dele, que não sairia dali, que mataria o menino que me contou, e quando voltasse, me mataria também.
A essa altura, eu já estava no chão, ele me dava chutes fortes na barriga, nos seios e eu só conseguia defender meu rosto, pro estrago ser menor, mas ainda assim, alguns golpes me acertavam na área. Eu estava visitando o inferno, mais uma vez.
Depois que de cansou, me deixou no chão sangrando, apagada e quando eu dei por mim, estava lá, sem conseguir enxergar, sem conseguir me mexer, mas eu fui mais forte do que imaginei e consegui, depois de muita luta, me levantar.
META
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