Mais tarde, depois de sair do motel, fui direto pra casa. Tomei meu banho, comi alguma coisinha e estava conversando com a minha mãe, quando minha irmã chegou.
— Você é uma vadia! Piranha do caralho. Suja, baixa, um lixo de mulher. — me empurrou na porta e eu nem pude me defender, acabei perdendo o controle do meu corpo e caí na parte onde minha mãe lava as roupas.
Minha irmã veio por cima de mim, ajoelhando sob meu corpo. Eu tentava tirá-la, mas ela sempre foi mais forte que eu, então, os golpes que eu acertava nela, não tinham nem 1/3 da força dos que ela me acertava.
— Puta! É isso que você é. — socava meu rosto, meus seios, puxava o meu cabelo e eu só ouvia minha mãe chamar pelo meu pai ao fundo.
Fiquei aliviada quando meu pai tirou a Rebeca de cima de mim, mas também já era em tempo, se ela fica mais uns cinco segundos em cima de mim, eu morria.
— O que tá acontecendo, Rebeca? Perdeu a cabeça? — meu pai olhava pra ela, sacodindo seu corpo. — Quer matar a sua mãe?
— Essa puta! Ela é puta, tá vendendo o corpo pra ganhar a vida. Ela só sabe fazer isso, né? Burra, suja, nojenta. Por isso que ninguém te assume, puta do caralho. — ela gritava, enquanto minha mãe me ajudava a levantar. — Já não basta dar pra todos os bandidos desse morro, tem que dar pro meu namorado? Tem que deixar ele marcado pra me afrontar, me fazer de chacota.
Meu pai me olhava incrédulo e com raiva, seu rosto corou na hora, apenas negou com a cabeça e entrou com ela.
— Mãe, por favor, me desculpa. As coisas não são assim. — eu chorava, enquanto minha mãe me acudia.
— Beta, filha, vocês sempre viveram nesse pé de guerra. Por que você foi fazer isso? Logo com ele. — negou com a cabeça e a decepção em sua voz era nítida.
Passamos um tempo lá, conversando, enquanto ela me afagava, até que meu pai a chamou na cozinha e eu prestei atenção no que ele disse.
— Não quero mais ela aqui. — minha mãe tentou argumentar, mas ele não abaixou a guarda. — Quero ela fora daqui até o amanhecer e não se fala mais nisso.
Sabe aquela sensação do chão abrir e você não ter em quem se apoiar? Não tem pra quem pedir ajuda? Então, foi o que aconteceu comigo.
Pensei em ligar pra duas pessoas, mas uma delas foi o pivô de toda essa situação. Então, eu liguei pra Mari.