MARIANE
O César tem suas loucuras, mas ele nunca foi de me passar vergonha na frente dos outros igual ao que fez hoje.
Fiquei completamente sem reação, afinal, ele não tinha dito que era tranquilo eu vir? Sem contar que nada eu estava fazendo, nem com intenção de nada eu estava. Parece maluco!
— Bora pra casa! — ele me puxava.
— César. O que tá acontecendo? Me solta. — eu tentava tirar meu braço dele, que me segurava mais forte a cada vez.
— Tá maluco, Zinho? O que tá acontecendo, cara? Você não é disso. — o Júnior tentava intervir por mim. — Solta a mulher, cara.
— A mulher é minha, Júnior, se mete não, porque tu nem gosta da fruta. Volta lá pro teus parceiro. — esbravejou.
— Mulher sua é o caralho. — a Jessica bateu de frente com ele. — Ela não é sua propriedade não, cara. Solta ela! Ela veio comigo e vai embora comigo.
Eles começaram a discutir, os três, enquanto eu ficava ali, perdida no meio, com o rosto corado, morta de vergonha.
— Gente, calma! Eu vou embora, não quero ser motivo da briga de família. — ele me soltou.
Me despedi da Jessica em um abraço demorado e disse que depois passaria pra pegar o celular na casa dela, que concordou e pediu pra eu me cuidar.
Também fui me despedir do Júnior, dei um abraço nele também e segui atrás do César, que nem na moto dele estava.
Cheguei em casa e fui logo pro banheiro, sem muita conversa, sem nem olhar pra cara dele.
— Vou devolver a moto do moleque e já volto.
— Tanto faz! — dei de ombros e fui tirando a roupa, me preparando para o banho.
— Tá maluca? — ele gritou e me empurrou no banheiro, fazendo com que eu batesse na pia.
Não respondi, só cruzei os braços e o encarei.
— Me responde! Tu tá ficando maluca? Acha que vai me tratar do jeito que tu quiser? — dei um puxão no meu cabelo, levando meu rosto próximo ao dele. — Tu não testa a minha fé não, Mariane. Tu não me trata do jeito que tu acha que pode não, tá ligado?
Mais uma vez, eu não o respondi. Segurava o choro e pedia mentalmente a Deus pra ele não me bater, já que não adiantaria eu fazer nada. Minha força é infinitamente menor do que a dele.
— Vai me responder não?
— Não tenho nada pra falar. — assim que terminei a frase, ele soltou o meu cabelo e me empurrou, fazendo com que eu caísse no chão do banheiro.
Em seguida saiu batendo a porta e eu só chorei.
Levantei, tomei meu banho, tomei um remédio e fui deitar. Não vi a hora que ele chegou, também não me interessava. Antes daquele dia, o César nunca tinha me tratar daquela forma, ele não levantava a voz pra mim nas nossas brigas. Eu vi nascer um monstro, da noite pro dia.
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