CÉSAR
Sou totalmente contrário a esse papo da Roberta ficar lá em casa, mas também não posso meter de maluco pra cima da Mari, já que elas são amigas desde pequenas e sempre fortaleciam uma à outra.
Eu ouço uns bagulho da Roberta e não é de hoje, tá ligado? Mas como, não me diz respeito e falar sobre isso com a mulher vai deixá-la chateada.
— Vai brotar no baile, chefe? — Will e eu estávamos trocando ideia, já que o nosso plantão estava tranquilo.
— To pensando, tempão que eu não colo, mas tu sabe como a dona é, né? — dei risada. — Ainda mais com a amiga dela de favor lá na base.
— Ih, que amiga? Beta? — concordei com a cabeça. — Morro tá falando que a irmã dela deu uma coça nele ontem, por causa do bagulho do Jordan.
— Eu sabia que ia acontecer, po. Mas ele também deixou na reta, tá ligado? Quer fazer? Faz direito.
— Tem que ser que nem nós, né patrão? Vou ensinar pra ele. — demos risada.
— Nós é o caralho, Will. Só errei uma vez, po. Nunca mais. — neguei com a cabeça.
Perto da hora do almoço, o Mudinho chegou pra me render, então, como o dia tava abafado pra caralho, fui na base tomar banho.
Já cheguei na sala tirando a blusa e deixando as peça em cima da mesa, quando olhei pra cozinha e a Roberta estava lá, só de blusa com uma calcinha, rebolando ao som de qualquer 150bpm na caixinha.
Sou sujeito homem, não tem como não reparar, tá ligado? Mas eu logo me adiantei, bagulho é errado demais. Então, na mesma perna que entrei, saí. Peguei uma cueca que tava no varal e guiei pra minha mãe, tomar minha ducha la mermo, sem caô.
Nem passei pelo restaurante, entrei pelos fundos mesmo e dei de cara com meu irmão, saindo da casa da nossa mãe.
— Fecha não, vou tomar um banho aí.
— Ué? — fizemos um toque de mão. — Tá faltando água lá na base?
— Tá não, po. Roberta tá lá, aí tu sabe como é... — cocei a cabeça.
— Qual foi, Zinha? — ele chamava assim, era apelido de infância. — Vai dar merda isso aí.
— Vai não, vai não. Vou lá, porque to na larica. — entrei e ele ficou mexendo na moto.