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O sol tava dando porrada na nossa cabeça, não teve jeito, antes das 10h, estávamos bebendo aquela gelada esperta e ainda bem que esse era o domingo de folga, já que a minha sogra abre um domingo sim, o outro não.

Estávamos eu, ela, minha cunhada e a Roberta chegou, sentando do meu lado. Jessica deu uma encarada nela e eu não entendi nada, nunca foi disso.

A cerveja da camisinha acabou, então, pedi ela pra buscar mais uma pra gente e pegar um copo pra ela. Óbvio que fiz de propósito, né?

— O que foi isso? — cutuquei minha cunhada.

— Essa garota, sei não. — continuei olhando, sem entender. — Minha amiga descobriu que ela tava comendo o marido dela, e elas são primas, né? Esse tipo de gente, eu quero distância.

— Eu nem sabia disso, cu. Mas ela é legal, você vai ver.

— Quero ver nada não, cu. E eu se fosse você, também não pagava pra ver. — tomou o último gole do copo. — Cadê ela com essa cerveja também? To com um calor do caralho.

Não estendi o assunto, afinal, Jessica é o terror e eu sou só uma formiguinha, então, prezo pela boa convivência.

Roberta voltou com a cerveja, sentou no mesmo lugar, servi os copos e voltei a prestar atenção no jogo.

— OLHA MEU JOGADOR AÍ, CARALHO! — gritei quando o adversário deu um carrinho no César. — TÁ DE ÓCULOS, FILHA DA PUTA? TIRA O ÓCULOS.

Eu não tenho psicológico nenhum pra assistir aos jogos do César, já arrumei vários problemas, principalmente nas favelas vizinhas. Mas como, é jogo, gente. Tem que se acostumar.

— Ô JUIZ! TÁ CEGO? ARROMBADO! — levantei, gesticulei e fui pra grade.

Fiquei acompanhando o jogo de lá, nervosa. César também tava puto e eu conheci de longe, até que um dos meninos cruzou pra ele. Pronto: gol.

Veio correndo na tela, enfiou a mão, segurou meu rosto, me deu um beijão e voltou rindo, comemorando com os meninos.

Fico toda boba mesmo quando ele faz isso, as mona tudo me olhando com cara de cu. Fazer o quê, né? O sol nasce pra todos, mas a sombra...

Final do jogo e o placar foi esse mesmo. Como de costume, sempre tem a resenha depois e nos ficamos por lá, César pagou nossa parte no churrasco e eu com as meninas (minha cunhada e sogra), pagamos a cerveja.

— Essa garota paga nada não? — Jessica me cutucou.

— Ela tá sem dinheiro, desempregada. Falei que ia pagar pra ela hoje.

— Você é muito boazinha mesmo. Vou arrumar uma amiguinha assim pra mim. — revirou os olhos e rimos.

Ficamos por lá, na resenha e a Roberta foi embora, recebeu uma ligação. Aproveitei e falei com minha sogra sobre ela trabalhar lá, mas como eu já esperava, a Jessica foi contra. Então, nem insisti.

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