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DIAS DEPOIS

MARIANE

Tem semana que não consigo fugir da dor, fico mal de verdade, mas faço de tudo pra entender que tudo nessa vida tem um propósito e pra entender tudo isso, só dando tempo ao tempo.

Ontem, almocei com a Raquel e com o Victor. Toda vez que eu os vejo, o coração aperta, mas em contrapartida, vejo quanto a Raquel é foda, como ela cria bem esse menino e eu a admiro muito, porque acho que não daria conta de lidar com tudo isso assim, com essa leveza.

Conversamos bastante e acabei descobrindo que os pais do Danilo não moram mais no Brasil, o que me chateou um pouco, já que eles não se despediram de mim, nem nada do tipo. Porém, sigo acreditando que cada um oferece o que tem, e se eles não puderam ser gratos à mim por ter promovido o reencontro deles com o filho, tá tudo bem. Eu sei que minha parte foi feita e meu coração está em paz.

Hoje tem a estreia do Pagode da Ângela, um projeto que Jessica, Marcelo e eu conseguimos por em prática e esperamos que dê certo. Toda sexta, pagode de mesa lá no restaurante, e cada semana vamos inventar uma promoção nova. A de estreia é dose dupla de chopp de 500ml, tomara que flua, pois o investimento foi alto.

— Ai, como é bom chegar em casa! — disse após me jogar no sofá. — Uma pena que tenho 1h só pra aproveitar esse sossego.

É, agora eu falo sozinha.

Mais tarde, depois de tomar um belo banho, liguei pra um amigo mototáxi e subi pro restaurante. Como ainda faltava um pouco pra começarmos a arrumar, entrei no quintal e dei de cara com a Jessica, pendurando umas roupas.

— Quer ajuda, amiga?

— Ai que susto! — riu. — Tá igual gato, credo! Quero não, amiga. Obrigada!

— Então tá bem. Como foram as coisas aí de dia? Tudo correu bem?

— Tudo sim. — fez uma pausa. — Nem tudo.

— O que rolou?

— Ah, cara... — olhou pros lados pra checar se vinha alguém. — César tá insuportável. Agora deu de fazer graça dizendo que você e o Linho estão ficando.

— Que? — disse no automático e gargalhei.

— Ai menina, que garoto enjoado! — falou debochada. — Você tinha que ver a cena dele falando comigo de manhã, tá?

— Mas ele falou com o Marcelo também?

— Falou nada, amiga. Ele precisa dele, po. Se ele arrumar problema com o Marcelo, quem é que vai ajudar ele com as paradas? Tu sabe como o Linho é, ele não mede esforços pra ajudar, mas quando fica puto, esquece...

Assim que acabamos de falar, Marcelo apareceu. Nós disfarçamos, entramos em outro assunto e em seguida, fomos agitar as coisas pro pagode.

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