MARIANE
O domingo fluiu da melhor maneira possível, bebemos e comemos sem estresses. E confesso que tava morrendo de saudade dessas coisas, tá maluco.
— Pagodinho, né? — Djalma puxou.
— Onde? Onde? — Marcelo ficou todo animado.
— Fala sério, gente. De onde vocês tiram essa pilha? — reclamei e tomei mais um gole da minha cerveja.
— Ah garota, para. Tu chegou ontem, não pode estar cansada de evento não. Bora, é la no campo, não é Djalma? — Jessica me xoxou, como de costume.
— É sim, po. Bora geral, vamo partir daqui direto. — ele tava animado, botando maior pilha e o pessoal todo indo na onda.
— Amanhã eu trabalho cedo, gente. Sem contar que já tô altinha, Jessica e eu de biquíni, nada a ver. As mona vão estar tudo arrumadinha e a gente assim... — estalei a boca.
— Tu tá de sacanagem, né maluca? — Djalma me repreendeu. — Bagulho tá rolando desde cedo, vagabundo deve estar com as canela tudo russa já, para de gracinha.
— A bonita tá achando que tá em boatezinha, vai vendo. — Marcelo me zoou e eu revirei os olhos pra ele, dando língua.
Depois de muito encherem meu saco, conseguiram me convencer. Mas não fui sem banho não, botei uma blusa de alcinha, jogando minha marquinha pro mundo, um short e um chinelo.
— Tá bom assim? — falei voltando pra varanda.
— Tá ótimo. Agora só falta a Jessica. — Marcelo respondeu.
Terminei de ajudar a arrumar as coisas, já que as mais velhas iam ficar por lá mesmo. Pegamos cada um três latões, botamos num cooler que o Djalma tinha na fiorino e guiamos pro campinho.
Chegando lá, o bagulho tava lotado, tava saindo gente até pela mata. O negócio tava de verdade.
Arrumamos um lugar pra ficar e pro terror do meu passado, foi bem na direção deles. E olha que nem foi por maldade.
O pagode tava gostoso demais, dancei com Djalma, com o Marcelo, com o Sorriso e fui ao banheiro, sozinha mesmo, porque não estávamos muito longe. Quando voltei, fui parada...
— Tá andando atrás de mim o dia todo mermo, né? — revirei os olhos pro DN.
— Eu moro aqui, tu vai cansar de me ver. Da licença!
— Só se tu me der teu número.
— Pô amigo, não dá. Tô acompanhada. — forcei uma cara de tristeza, mas segurando o riso.
— Quer meter essa pra cima de mim? Tu é solteira que eu sei, já me passaram a planta toda. Que que tem tu me dar teu número? Papo de homem, vou ser chato não.
— Tá sendo já, né? — tentei desviar e ele me cercou. — Eu tô com o Marcelo ali, po.
— Irmão do teu ex? Tá nada. Viaja não... — aproximou a boca do meu ouvido. — Prometo que não vou te perturbar, faz isso não.
— Af... — bufei e revirei os olhos. — Me da aí pra eu anotar.
Mais que depressa, pegou o celular, desbloqueou e me deu pra anotar o número. Anotei qualquer coisa, entreguei pra ele e meti o pé, antes que ele me cercasse outra vez.
— Ih, bofe chato! — cheguei reclamando do lado da Jessica.
— Mas tem uma boa boca. — falou baixo, rindo. — Casal 20 ali tá brigando tem 1 hora já.
— Ih, quero nem saber. — fiquei de costas pro lado onde eles estavam. — Eu não tô nem aqui.
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