Israel's Son

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Após aquela nada agradável conversa, Charlotte e Josette foram para a mesa, onde todos estavam reunidos.
Por alguns instantes, Charlotte pensou em continuar com aquele teatro, mas sabia que seus impulsos homicidas fariam ela arrancar o coração de alguém e também sabia que devia chamar a atenção de Kai, ele precisava saber sobre a fusão.

-Senhor e senhora Parker, eu sinto muito por ser rude, mas eu tenho que voltar para casa, acabou surgindo um pequeno problema -ela dizia com um falso semblante de decepção.

-Tudo bem, querida -Laura Parker segurou sua mão e ofereceu um sorriso doce. -Tem certeza que não quer que eu arrume comida para você levar?

-Não, não é necessário, muito obrigada -Charlotte retribuiu aquele sorriso, então se inclinou um pouco para poder dar um abraço rápido em Kai. -Vai na minha casa depois e não conta pra ninguém -ela sussurrou no ouvido de Kai, e se afastou.

Kai agiu com naturalidade, fingindo que Charlotte não havia dito nada, apenas observou discretamente ela sair de casa.
E Charlotte, assim que chegou em sua casa, se sentou em uma cadeira, manuseando uma faca em sua mão. Ela usava a ponta da lâmina para fazer pequenos cortes em seus dedos, que logo cicatrizavam.
Charlotte viu pequenos relances de sua vida passarem por seus olhos. Não eram lembranças boas, mas eram as lembranças ruins que a tornava forte.
Mas os relances não foram tão pequenos assim, pois ela se surpreendeu ao ouvir o som de batidas na porta e ao olhar no relógio percebeu que haviam se passado quase duas horas. Então, ela se levantou e abriu a porta, vendo que era Kai.

-O que aconteceu? -Kai questionou com certa preocupação, enquanto entrava na casa. -A Jo machucou você?

-Acha mesmo que a Josette seria forte suficiente para me machucar? -ela retrucou com sarcasmo, mas logo segurou os ombros de Kai, fazendo ele se sentar no sofá. Ela se afastou e apoiou suas costas em uma parede. -Eu vou te contar uma coisa e provavelmente você vai querer matar algumas pessoas por isso. Mas você vai ter paciência, porque se não tiver, as coisas não vão dar certo.

-O que não vai dar certo? -ele perguntou confuso.

-Os seus pais não pretendem deixar você e Jo fazerem a fusão, eles querem esperar Liv e Luke terem 22 anos para fazerem a fusão e um dos dois liderar o Clã -ela falou com o máximo de calma possível. -Josette foi burra o suficiente para me contar e eu jurei que não iria contar para você.

Kai ficou alguns segundos olhando para Charlotte, sua respiração estava pesada pela raiva e ele se levantou bruscamente do sofá.

-Me dá essa faca -ele dizia com um evidente ódio, enquanto pega a faca da mão de Charlotte.

Era claro que ele estava em um ataque de raiva, mas para evitar dizer algo errado para Charlotte achou mais seguro descontar sua raiva em outra coisa.
Então, Kai não demorou mais do que 10 minutos para enfiar a faca na garganta de uma pessoa que estava passando pela rua e arrastar seu corpo até a sala de estar.

-Se estiver com vontade de fazer um lanchinho -ele jogava o corpo sem vida da mulher sobre o chão com brutalidade, e evidentemente sua raiva não havia diminuído muito.

Charlotte observou a cena de forma natural, então pegou um copo e o encheu com os sangues das veias da mulher, logo voltando seu olhar para Kai.

-Eu vou matar Liv e Luke, sem eles vivos eu posso ter a fusão com a Jo -Kai falava, limpando suas mãos ensangüentadas com um pano velho.

-E depois o que? -a garota bebeu mais um gole de sangue. -Vai dizer para os seus pais que foi um acidente? Acha que a Gemini vai perdoar isso?

-E que ideia você teria em mente? -ele indaga com impaciência, mas ao mesmo tempo se esforçando para não ser rude com Charlotte.

-Estamos no final do ano, dia 10 de maio você e Jo vão ter idade para fazer a fusão -Charlotte se sentou em uma cadeira e cruzou as pernas apoiando sua mão sobre a própria coxa. -Nesse dia você vai matar os gêmeos, sua família não vai ter nenhuma escolha e seu pai não vai deixar o Clã sem um novo líder.

Kai parecia mais calmo com aquela ideia.
Ele desviou o olhar para o lado como se estivesse pensando, mas voltou seu olhar para Charlotte assim que uma ideia ousada cintilou em sua mente.

-E se eu matar todos eles?

As sobrancelhas de Charlotte se ergueram com uma evidente surpresa, ela quase se engasgou com a própria saliva.

-Você quer dizer... Matar toda a sua família? -ela questionou, intrigada. Colocando seu copo sobre o balcão.

-É, você acha que isso seria difícil? -ele olhava para a garota com certo entusiasmo, sua voz saindo com rapidez e um toque de insanidade. Ele podia sentir seu coração palpitar pela ansiedade antecipada. -Ou acha que eu não deveria fazer isso?

-Não, não, você não só deve, como vai fazer isso - Charlotte descruzou suas pernas e sorriu com aprovação. -Vamos matar todos eles. É uma ideia incrível.

Ela se levantou, então caminhou na direção de Kai, que compartilhava a mesma animação que a herege.

-Eu quero deixar Jo e meu pai por último -Kai falou, enquanto observava Charlotte se aproximar. -Josette vai morrer na fusão e eu vou deixar ele ver tudo, pra no final matar ele.

-E se eu te disser que eu tenho uma ideia melhor? -Charlotte pergunta com um leve sorriso maldoso no canto do rosto.

Kai a observou, pensando que era impossível existir algo melhor do que aquilo, mas ele estava curioso. Então, ele colocou suas mãos na cintura da garota, fazendo ela se sentar em seu colo, deixando as pernas dela abertas e seus joelhos em cada lado do colo dele.

-Quando você finalmente se tornar o líder, você vai beber do meu sangue e eu vou te matar da forma mais doce possível -ela dizia, olhando nos olhos de Kai. Seus rostos estavam tão próximos que era possível trocarem suas respirações. -Todo o Clã Gemini vai morrer e pagar pelo que fizeram com você todos esses anos, mas você vai se levantar e vai ser igual a mim.

-A eternidade com você? E eu achando que as coisas não podiam ficar melhores -ele falou em seu típico tom ácido enquanto olhava para os lábios de Charlotte e logo roubava dela um beijo intenso.

A Devil RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora