A Devil Romance

Another Guy

Na manhã seguinte tudo parecia igual.
O mesmo caos sem solução.
Stefan tinha perdido o resto da sua paciência quando Bonnie voltou para a mansão Salvatore com os relatos de que sua irmã havia desligado a humanidade e feito um acordo com Sybil. E se ele descobrisse que isso é verdade, Stefan não hesitaria em dar uma surra em Charlotte da mesma forma que ela fez quando ele havia desligado.

E apesar do clima de pura confusão, o épico trio do caos continuava se divertindo em um hotel qualquer.
Desde a noite passada, Sybil havia saído do pé deles por alguma razão desconhecida. E eles aceitaram isso da melhor forma possível, era ótimo ter a sereia longe pelo máximo de tempo.

—Olha, vou te dar um conselho... Se você for roubar, pelo menos rouba direito —diz Kai, segurando três cartas de baralho em sua mão e olhando para Damon. —Dá pra ver a carta na manga da sua jaqueta, idiota.

—Eu não estou roubando! —retruca Damon, mostrando a manga da jaqueta na mão direita enquanto escondia a esquerda em baixo da mesa pra poder esconder a carta.

—Tá bom, espertão. Eu nem consigo ver você mexendo o braço esquerdo —Kai ironiza com aquele típico sorriso sarcástico no rosto.

Damon abriu a boca para continuar retrucando e inventando um monte de mentiras sem sentido, mas ambos tiveram sua atenção tomada quando viram Enzo se aproximar.

—Já souberam das novidades? —Enzo puxou uma cadeira, se sentando perto da mesa quadrada que tinha espaço para apenas quatro pessoas. —Charlotte Salvatore voltou.

—Ah, então é por isso que a Sybil não veio —Damon colocou as cartas na mesa, desviando sua atenção para a conversa. —A maninha deve ter dado uma surra nela.

Cada uma de suas palavras ecoava com sarcasmo, um pouco a mais do que o de costume.

—Não foi isso que eu ouvi falar —Enzo relaxa seu corpo na cadeira. —Parece que ela virou aliada da Sybil.

Kai e Damon se olharam, então acabaram rindo.

—Não. Ela detesta a Sybil, ela nunca viraria ficaria do lado da vadia canibal —diz Kai.

—As suas fofocas estão ficando cada vez menos confiáveis —debate Damon. —Qual vai ser a próxima mentira?

—É sério. Ela desligou a humanidade e se aliou a Sybil —Enzo ergue um pouco as mãos. —Eu também achei que ela não seria capaz de largar nós três desse jeito... Mas pelo que parece, Damon, você não é o único Salvatore com caráter corrompido que abandona as pessoas.

Os três ficaram em silêncio por alguns segundos. Damon coçou sua têmpora e forçou uma risada nasal.

—Então, Charlotte Salvatore desligou a humanidade. Nossa única esperança sumindo pelo horizonte —ele gesticulava, como se uma poeira imaginaria aos poucos desaparecesse pelo ar. —Como ela deve ficar sem humanidade?

—Não muito diferente para o resto do mundo. Ou seja, os únicos ferrados somos nós e o Stefan porque ela até que gostava da gente —Enzo deu de ombros. —No caso, vocês estão ferrados. Vocês fizeram mais bagunça do que eu, com certeza ela vai querer dar uma surra só em vocês.

—Em mim não, só no Kai. Deve ser por isso que ele ficou tão calado —provoca Damon. Rindo com diversão ao olhar para o herege. —Isso é medo de ter uma recaída quando ver ela ou medo de que ela enfie uma estaca no seu pescoço?

Em um movimento rápido, Kai pegou uma faquinha de serra que eles haviam usado para abrir as caixas com garrafas de bourbon e cravou na mão de Damon. Fazendo o vampiro resmungar quando a lâmina deslizou para baixo, abrindo o corte fundo.