A Devil Romance

Strange Addiction

O lugar era escuro e cheirava a mofo. Fazia um bom tempo que aquela masmorra velha da mansão Salvatore não tinha sido usada.
Agora, com uma corrente grossa apertando seu corpo e prendendo suas mãos atrás de suas costas, Charlotte estava sendo a hóspede daquele lugar pela primeira vez em sua vida. Ela acabou acordando repentinamente quando uma boa quantidade de água gelada foi jogada em seu corpo.
Ela tossiu algumas vezes quando respirou e a água acabou entrando em seu nariz. O frio gélido que percorria sua pele quase a fez tremer.

—Bom dia, mamãe —Megan se agachou em frente a ela. Um forçado sorriso sarcástico estava em seus lábios. —Eu até pensei em esperar você acordar naturalmente, mas tava demorando demais.

Charlotte tentou se levantar, mas seu corpo foi puxado de volta para a cadeira por causa das correntes pesadas, que pareciam ficar ainda mais frias por causa da água gelada.

—Megan...

—Sabe, normalmente as mães deixam as filhas de castigo quando elas se comportam mal —Megan se levantou, dando alguns passos para trás. —Mas como tudo na nossa família é disfuncional, eu te deixei de castigo.

—Me tira daqui —Charlotte dizia, irritada e inquieta. Sua respiração se pesando pelo nervosismo. —É sério, me tira daqui agora, Megan.

A loira riu e balançou a cabeça negativamente.

—Não. Não mesmo.

—Cadê o Stefan? —a herege arqueia uma sobrancelha. Ela ainda movia seu corpo em movimentos bruscos em tentativas falhas de se soltar. —Eu quero falar com ele.

—Ah, não se preocupa com isso —cada palavra que saia da boca de Megan tinha um tom excessivamente sarcástico. —Ele já vai vir. Ele só queria ter certeza de que não estaria com raiva o suficiente ao ponto de te matar... Eu tenho que admitir, eu não esperava que ele ficasse tão assustador quando fica com raiva.

—Megan, você não tá entendendo. Por que nenhum de vocês consegue entender? —Charlotte vira o rosto para o lado. —Me solta e me deixa explicar.

A herege loira franze as sobrancelhas e força uma risada nasal.

—Não se preocupa, as correntes cuidadosamente não cobrem a sua boca. Se sinta à vontade para explicar.

Antes que Charlotte tivesse a chance de retrucar ou surtar, o barulho arrastado da porta pesada de metal se abrindo ecoou, chamando atenção das duas hereges. Stefan adentrou e novamente fechou a porta. Ele apoiou a mão no ombro de Megan.

—Obrigado pela ajuda, mas pode deixar que eu cuido dela por agora —ele diz.

—Tem certeza? —Megan virou o rosto para olhar para o vampiro. —Ela pode ser bem persuasiva quando quer.

Charlotte revirou os olhos, achando até um pouco de graça pela forma que eles diziam, diziam como se ela não fosse capaz de ouvir suas palavras.

—Não se preocupa. Eu dou conta dela —ele sorri com suavidade. —A Amélia fez um lanche lá na cozinha, fica lá por enquanto.

Megan lançou um olhar para Charlotte e em seguida saiu de lá. Stefan apenas cruzou os braços, ficando calado até que a porta pesada se fechasse novamente.

—Vai me mandar calar a boca de novo ou vai me ouvir dessa vez? —Charlotte ergue seu rosto para poder encarar seu irmão caçula.

—Depende. Se você dizer alguma coisa produtiva, talvez eu não mande você calar a boca —Stefan ergue as mãos em sinal de rendição. Sua fala saindo com uma mistura de rudez e sarcasmo.

Ela riu e abaixou um pouco o olhar enquanto concordava com a cabeça.

—Nesses momentos você fica muito parecido comigo e com o Damon.