Heart-Shaped Box

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No outro dia, Kai e Charlotte saíram daquele hotel logo pela manhã. Eles entravam no carro e Charlotte relaxou seu corpo no banco enquanto Kai começava a dirigir de volta a Portland.

-Então deixa eu ver se eu entendi tudo, você nasceu em 1837? -ele questiona após Charlotte contar rapidamente uma parte de sua vida. -O vampirismo te fez bem.

-Eu fui transformada quando tinha 17 anos, então eu meio que ainda tenho 17 anos -ela dizia de forma brincalhona e ria. -Eu tenho dois irmãos, Damon e Stefan, eles são vampiros. Não sabem que eu sou uma mistura de sifão e vampira. De qualquer forma, isso não importa.

-Brigas familiares também são suas especialidades?

-Minha mãe era egoista e cruel, mas ela morreu antes de eu me tornar vampira. Eu amo meus irmãos, mas tive uma briga com o Damon em 1972 e não vi mais ele, nem o Stefan -Charlotte responde com naturalidade, enquanto observava a paisagem pelo vidro do carro e dava de ombros.

-E o seu pai? Você disse que odiava ele -Kai perguntou, voltando seu olhar para a garota.

-Ah, ele... -ela respondeu com um evidente desconforto,  ajeitando seu corpo no assento do carro de forma inquieta. -Meu pai não era ninguém importante, isso é tudo o que você precisaria saber por hora.

Kai a observou por alguns breves segundos e concordou com a cabeça, não entendia o motivo dela querer ocultar aquilo, mas não iria convencê-la a contar. Se ela ainda não queria contar, provavelmente tinha um bom motivo.

-Sabe... Você me sequestrou ontem a noite, o que acha de eu te sequestrar agora e fingirmos que somos duas pessoas normais e desocupadas? -Kai mudou o assunto e manteve o seu olhar sobre a estrada, um tom de animação reinava em sua voz.

-Eu adorei a ideia -ela o olhou, e sorriu ao sentir a mão dele sobre sua coxa. -Ninguém precisa saber que matamos duas pessoas há poucas horas, não é?

-O que os olhos não veem o coração não sente -ele comentou com uma breve ironia em sua voz. -Quer sair para algum lugar ou ir para a sua casa?

Charlotte olhou para a estrada por alguns breves segundos como se tentasse decidir aquilo, então apoiou sua cabeça no encosto no banco e olhou para Kai.

-Sabe... Vamos para casa, a gente pode conversar e eu posso fazer algo para nós comermos. Eu não sei você, mas eu estou morta de fome.

-É, você está literalmente morta -Kai olhou para Charlotte e logo em seguida os dois começaram a rir. -Por mim tudo bem, ficar longe da minha família e perto de você já é uma ótima combinação.

Charlotte ergueu um pouco o seu corpo no banco e sorriu, enquanto olhava para Kai que continuava com seu olhar fixo no caminho, que agora já passava pelas lindas e exóticas ruas de Portland

-Ahh, que gracinha, você parece um bruxinho apaixonado -Charlotte disse em um tom brincalhão e se inclinou para frente, apertando as bochechas de Kai de forma extrovertida.

-Se você me fizer capotar esse carro, eu juro que o meu fantasma vai assombrar você por toda a eternidade -ele comentou de forma irônica e deu uma leve mordida na mão de Charlotte como uma brincadeira, fazendo ela parar de apertar sua bochecha.

-Eu adoraria que você me assombrasse pela eternidade, iria ser uma ótima companhia -a garota deu um sorriso meigo e ingênuo.

Kai ficou alguns segundos sem responder, enquanto estacionava o carro em frente a casa de Charlotte, e em seguida olhava novamente para ela.

-Agora você parece a bruxinha vampira apaixonada -ele comentou com ironia e apertou a bochecha da garota da mesma forma que ela havia feito.

Charlotte deu um breve sorriso irônico, e logo saiu do carro junto com Kai, já entrando dentro da casa.
Ela foi até a cozinha que ficava perto da sala de estar e apoiou o seu corpo na bancada de mármore, voltando seu olhar para Kai.

-Vem cá, agora eu vou te ensinar a fazer panquecas -ela fala de forma animada, enquanto pegava uma vasilha de vidro e um pequeno pacote de farinha. -Eu tenho literalmente décadas de experiência em fazer essas panquecas.

-Sabe, eu adoro essa rotina -Kai falou, apoiando seu corpo no outro lado da bancada, ficando em frente a Charlotte. -De dia fazendo panquecas, de noite estripando as pessoas. Temos que fazer isso mais vezes.

A garota sorriu, enquanto colocava alguns ovos ao lado da farinha, e em seguida voltou seu olhar para Kai.

-Continue sendo uma companhia tão interessante para mim e eu vou fazer os seus dias bem mais divertidos -a voz dela saiu de forma sútil, e seu sorriso se tornou levemente sarcástico.

-Mas eu sou uma companhia bem interessante, não acha? -ele retrucou da mesma forma e se aproximou de Charlotte como se fosse a beijar, mas ao invés disso jogou um pouco da farinha que estava na vasilha em cima dos cabelos de Charlotte.

A garota fechou os olhos para impedir que o pó caísse sobre eles, mas logo viu Kai se afastar dela e começar a rir de sua reação.

-Você não fez isso -ela falou com um olhar brincalhão de revolta e então pegou um dos ovos que estavam no balcão em sua mão.

-Ei, não, eu só joguei um pouco de farinha -Kai falou de forma brincalhona e ergueu as mãos em sinal de rendição.

Antes que tivesse uma resposta, Charlotte usou sua velocidade de vampiro e foi até Kai quebrando o ovo em sua cabeça.

Charlotte ficou olhando para Kai, sem conseguir parar de rir, e logo Kai segurou a garota pela cintura, prendendo ela em seus braços contra seu corpo, enquanto jogava mais farinha na garota.
Não demorou muito para Charlotte se soltar e começar a rir junto a Kai, eles continuaram com aquela guerra de farinha e ovos até seus rostos ficarem brancos pela sujeira.

A Devil RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora