Prayer For The Dying

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Algumas horas se passaram desde que Alaric deixou Kai inconsciente.

Damon e Alaric estavam conversando na pequena sala do apartamento de Josette. Kai estava desmaiado, deitado sobre uma maca no quarto da frente. E Charlotte estava na mesma situação, exceto pelo fato de que sua mão estava acorrentada ao sofá em que ela estava deitada.

-A Jo não é forte o suficiente, Ric -Damon quebrou o silêncio. Sua voz saiu sem sarcasmo, apenas com uma rara seriedade.

-Ela disse que estava melhorando. Ela não mentiria sobre isso.

-Não acho que ela esteja mentindo -continua Damon. -Kai absorveu toda a magia que cercava Mystic Falls. Ele mudou o jogo.

-Olha, colocamos Kai no gelo -retrucou Alaric. -E vamos esperar que a magia roubada desapareça. Jo pode vencer.

-Ela não pode -Damon passou a mão pelo rosto. -Eu vi do que o Kai é capaz. Deixa eu tentar te explicar... Eu conheço a Charlotte melhor do que qualquer pessoa. Eu já vi ela escolher aliados. Katherine Pierce, Elijah, Kol, Klaus Mikaelson, a Charlotte sempre escolhe as pessoas que vencem. Ela sabe que o Kai vai vencer, e ela conhece o Kai e até mesmo a Jo muito melhor do que nós.

-A sua irmã só acha que o Kai vai vencer porque está apaixonada -Alaric fala com impaciência. -Jo consegue vencer.

-Não, a Charlotte pode amar ele, mas ela não é idiota. Você é o único cego aqui, a Jo não pode vencer.

-Mas ela precisa! Ela vai...

A voz de Alaric ecoou com firmeza. Damon concordou com a cabeça, ele não acreditava naquilo, mas percebeu que usar seu sarcasmo não ajudaria em um momento como aquele. Mas os dois tiveram sua atenção tomada quando ouviram Charlotte resmungar no sofá em que ela estava, o sofá que ficava quase em frente a cadeira dos dois.

-Eu tenho que admitir, isso doeu -ela murmura com ironia, ouvindo seu pescoço estalar. Charlotte tentou se levantar, mas logo foi puxada de volta para o sofá pela corrente que prendia seu pulso. -Sério?

-Era o único jeito de garantir que você não tentasse matar mais ninguém -Damon forçou um sorriso sarcástico. -Você tinha prometido que não tentaria matar a Elena, desde quando você parou de honrar as suas promessas?

-Se te serve de consolo, eu não encostei na Elena momento nenhum.

-Você não consegue parar com o sarcasmo por 5 minutos? -Damon se levantou, sua voz tomando um tom sério. -Você sabia que o Kai estava torturando a Elena, você fez parte de tudo. Eu cumpri a minha parte da promessa, eu não fiz nada com o Kai porque eu quero te ver feliz. Eu sei que a sua sociopatia deve tirar toda a droga da sua empatia, mas você não podia oferecer para o seu namorado outra pessoa para ser a cobaia mágica?

Alaric saiu da sala, indo até um dos quartos para não se envolver com a briga. Charlotte se acomodou no sofá, uma breve risada cínica escapou de seus lábios.

-Eu encosto em uma das suas duplicatas, você briga comigo e diz que eu quero destruir toda a sua felicidade -Charlotte olhava para seu irmão. -Nós não podemos pelo menos mudar o motivo das nossas brigas? Já ficou entediante ver você ficar com raiva de mim por causa de uma duplicata.

-Não, porque eu não estou com raiva de você -Damon disse com um tom arrastado. -Eu estou decepcionado. Não vou cometer o mesmo erro de 1972, você é uma irmã incrível, mas a Elena não é a Katherine. Eu estava errado na nossa última briga e pedi desculpas por isso... Mas é você que está errada agora, e você sabe disso.

Damon virou as costas e começou a caminhar em direção a porta. Charlotte olhou para o lado com raiva, enquanto ajeitava seu corpo desconfortavelmente pelo sofá.

A Devil RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora