A Devil Romance

I Could Never Love Like That

Haviam se passado quase dois dias desde que Bonnie tinha deixado Kai no mundo prisão.
Em alguns momentos ele sentia que ia enlouquecer naquele lugar. Era uma mistura confusa e nada saudável de emoções.

A ideia de ficar preso novamente era cruel, trazia a tona os longos e torturantes 18 anos em que tinha ficado preso em 1994.
Com uma diferença, ele sabia que em 1994 tinha feito a escolha certa em prol de proteger Charlotte. Agora? O único motivo de ter ficado preso tinha sido os malditos sentimentos que o impediram de arrancar o sangue de Bonnie Bennett.

Os pensamentos corroíam sua mente. Era confuso e sádico, mas agora o remorso e pitada de bondade tinham saído completamente de dentro de si.
Ele sentia que toda a raiva e vontade de matar alguém tinha voltado de forma mais intensa. Como se tivessem sumido por um tempo e voltado com o dobro de intensidade.
Ele teve alguns ataques de raiva consigo mesmo, conforme pensava em como tinha sido idiota em perder seu tempo com sentimentos tão banais.
Mas o único sentimento que ele fazia questão de manter consigo, era a forma ilimitada e ardente com que amava Charlotte.

Kai se perguntou e se preocupou por inúmeras horas sobre como ela estaria. Se ela estava bem, como estaria lidando com a volta da mãe e se até mesmo tinha trazido a humanidade do irmão de volta.
Ele torcia para que ela estivesse bem, sabia o quanto Charlotte era forte, mas também sabia o quanto toda a sobrecarga de emoções a torturava em alguns momentos.
Ele sabia que ela deveria estar tentando tirá-lo de lá, sabia disso porque era capaz de confiar nela de olhos fechados.

Para completar toda situação, Kai tinha achado o famoso grupo dos hereges que estavam presos. Acabou sendo atacado por um deles, mas conseguiu fazer uma negociação.
Os hereges eram membros expulsos da Gemini por serem considerados abominações, por isso sabiam de todos os truques do Clã.
Inclusive, que se matassem Kai (o atual líder) acabariam sendo destruídos, já que os mundos prisão entrariam em colapso e se destruiriam.
Então, sua negociação fez com que tivesse certeza que ele conseguiria sobreviver naquele lugar até Charlotte aparecer.

Mas até lá, ele estaria preso com seus pensamentos turvos e sua eterna necessidade de ter Charlotte consigo novamente.

...
Mundo real
(Paralelo - Atualidade)
...

Em Mystic Falls, Damon tinha tido uma acalorada conversa com a mãe após ter descoberto que ela não estava em um navio em 1903 para reencontrar os filhos, e que na verdade ela não sentia mais nenhum tipo de amor por seus filhos depois de tantos anos (por mais que ela jurasse que sentia muito por isso).

-Soube que você teve uma briga com a mamãe -Charlotte entrou na sala que Damon estava.

-E eu soube que você fez as pazes com ela -Damon a olhou com impaciência. -Eu não sabia que você ia ser tão boazinha com ela, na verdade eu nem entendo, porque a não ser que você considere os tapas dela uma boa memória, não vejo motivo pra você perdoar ela. E ainda mais, sabe que ela só quer fazer as pazes com você para você entrar naquela família estranha de hereges, porque ela acabou de dizer na minha cara que não ama mais nenhum de nós.

-Acha que eu não sei disso? -Charlotte olhou para os lados para garantir que Lily não estava por perto e fechou a porta. -Você me conhece melhor que isso, Damon, sabe que eu nunca perdoaria ela. E eu sei que ela não ama nenhum de nós, bom... No meu caso ela nunca me amou, mas ela sumiu por anos, se amasse algum de nós teria nos procurado.

Damon franziu o cenho, olhando para a irmã de forma confusa e ainda meio impaciente.

-Mas o que você... -ele parou de falar quando começou a ligar os pontos. -Ah, entendi. Você manipulou ela, só queria descobrir o evento celestial. Tava enganando ela o tempo todo.