I Said, "Okay"

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Charlotte e Kai tinham voltado para casa. Eles haviam deixado Bonnie trancada em uma sala qualquer, ferida e amarrada com os pensamentos amedrontados. Charlotte tinha decidido ver seus irmãos na manhã seguinte, ela decidiu ser egoísta pela primeira vez, pois naquele momento só queria aproveitar a primeira noite fora do inferno.

Os dois adentraram pela casa. O típico modelo de casa americana. Não era nada como a Mansão Salvatore ou a Mansão Parker, mas era aconchegante e espaçosa. Eles adoravam morar ali, sempre tinha sido o bastante para os dois.

-Ah, como eu senti saudade desse lugar -Charlotte jogou sua jaqueta em um canto, e se deitou preguiçosamente no sofá. -A sala de torturas do Cade não eram nada aconchegantes.

-Ele pegou pesado com você? -Kai indaga. Ele se sentou do outro lado, fazendo a cabeça de Charlotte pousar sobre seu colo.

-Ele é o diabo, tinha que pegar pesado... Bom, ele era -Charlotte sorri, inclinando um pouco a cabeça para poder olhar para Kai. -Agora eu sou o diabo.

-Eu nunca pensei que o diabo poderia ter uma aparência tão quente -ele brinca com ela. Sorrindo ao ver a garota suspirar com os toques em seu cabelo. -Quente como o inferno...

-Um pouco mais quente, eu diria -ela deposita um beijo sobre a mão dele.

Kai ficou em silêncio por alguns segundos, apenas se preocupando em admirá-la. Sua pele pálida, os lábios corados, os olhos escuros por trás dos cílios volumosos. Os cabelos lisos e longos, aquela interessante cor, um castanho que se tornava dourado contra a luz forte.
Ele só podia pensar o quanto tinha sentido sua falta e em como seu coração estava calmo depois de tê-la em seus braços, a única pessoa que ele realmente amava e a única que ele já amou. O irritante fato de saber que ela era seu ponto fraco, de pensar que ele desejou morrer ao ver ela morta.
Mas um leve sorriso de desenhou nos lábios de Kai quando ele relembrou seus planos. Planos que agora podiam de fato acontecer, no momento certo.

-O seu colar ficou comigo -Kai pega o colar em seu bolso. A fina corrente dourada enroscada em seus dedos.

Charlotte ergue seu corpo, se sentando sobre o sofá e ficando de costas para Kai.

-Pode?

Kai colocou os cabelos de garota sobre um dos ombros, passando o colar sobre o pescoço dela e o fechando.

Os dedos de Kai deslizaram suavemente por uma linha invisível nas costas de Charlotte, vendo os ombros dela se moverem com um calafrio.
Ele sorriu. Sabia que ela estava tensa e sobrecarregada, ele sentia o mesmo desde que escapou do inferno. Seus lábios mergulharam contra o pescoço dela, seu nariz inalou o perfume doce e suave da garota.
Charlotte arfou baixo, a mera sensação da língua de Kai sobre sua pele após tanto tempo tinha um efeito enorme.

Mas um breve segundo foi o suficiente para Charlotte se levantar e caminhar pela cozinha, como se nada estivesse acontecendo.

-Eu estou com fome -ela abria a geladeira.

Kai acabou rindo.
Ela sempre fazia isso, gostava de deixar ele sobrecarregado para que depois fosse descontado nela.
"Ela passa anos no inferno e não perde a chance de continuar provocando".

-Eu posso cozinhar pra você, se quiser -ele vai até a cozinha. Seu tom saindo de forma brincalhona.

-Eu queria sangue -ela comenta no mesmo tom. Ela caminhou até Kai e pegou um suave impulso nos ombros dele, se sentando sobre o balcão de mármore.

-Sabe, eu vou aceitar ser sua cobaia -Kai ergueu a manga do seu casaco e estendeu o pulso para ela. Um leve sorriso irônico estampado no canto do rosto. Charlotte sempre disse que compartilhar sangue era uma experiência "interessante", ele queria ver se era verdade.

A Devil RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora