A Devil Romance

Brutal

Enzo e Charlotte entraram dentro do carro com algumas garrafas de whisky, eles ligaram o rádio e Enzo aumentou o volume ao ouvir a música Brutal tocar.

-Tem uma rave acontecendo em Whitmore, Caroline me convidou pra ir com ela, mas você é minha prioridade, querida -ele pisca para ela e estende uma garrafa de bebida.

-Rave, sangue, bebida e músicas? -Charlotte abriu a garrafa e bebeu um gole longo. -Não faz o nosso estilo, mas eu curti.

Os dois se olharam e riram. Enzo começou a dirigir em direção a estrada, ele e Charlotte conversavam eloquentemente e riam conforme relembravam as coisas que aprontavam nos anos 70 e 80.

-A não ser que a rave seja no meio da estrada, vou supor que você está me sequestrando -ela comentou sarcasticamente ao ver Enzo encostar o carro na beira da pista.

-Eu te conheço, Charlotte. Sei que você está com problemas e usa o sarcasmo e violência pra esquecer -ele tira as mãos do volante e olha pra ela. -Conta o que tá rolando.

-Pensei que tínhamos combinado uma distração, não uma terapia.

Charlotte virou novamente a garrafa de whisky, mas Enzo a tomou da sua mão.

-Mas uma terapia provavelmente te ajudaria mais -ele intervém com certa ironia. -Sei que nós nunca fomos nada, nunca nos apaixonados, mas você era minha melhor amiga. Você me ajudou com os traumas de Augustine e me ajudava sempre que eu precisava, eu sempre quis retribuir isso, mas nunca vi você precisando de ajuda. Mas agora você precisa, deixa eu fazer isso por você.

-Você vai me ajudar me fazendo esquecer que eu sou Charlotte Salvatore por algumas horas -ela respondeu sem emoção, olhando para frente.

-Olha pra mim -ele segurou a mandíbula dela, fazendo ela o olhar e a soltou. -Apesar de tudo, você é minha melhor amiga, eu me preocupo com você. E eu acho que você ainda me considera, porque poderia ter qualquer outra pessoa pra te ajudar, mas me procurou.

A garota desviou novamente o olhar e passou a mão pelo rosto.

-Quando estávamos juntos... Eu fazia você sentir como se eu desprezasse suas emoções?

-Charlotte, deixa eu explicar uma coisa sobre você -Enzo se virou no banco do carro, de forma que pudesse a olhar diretamente. -Você se importa com pouquíssimas pessoas, mas quando você se importa... É pra valer, você nunca mediu esforços em me entender e me ajudar, da mesma forma que nunca mediu esforços em cuidar, proteger e entender Damon e Stefan.

-Aparentemente, Kai não pensa o mesmo. Ele estava falando com Damon sobre ir se desculpar com Bonnie Bennett, eu não liguei pra isso -ela olhava para frente, sua voz saia com naturalidade, embora acabasse fraquejando momento ou outro. -Mas ligo para mentiras... Passei a minha vida ouvindo mentiras. As pessoas de fora podem mentir pra mim o quanto quiserem, mas dói ouvir mentiras vindo de pessoas que eu confio... E por Deus, eu me sinto patética.

Enzo segurou a mão dela como forma de motivação.

-Até Charlotte Salvatore tem direito a emoções, isso não te faria patética -ele sorri para ela. -E pode chorar um pouco, eu até finjo que não vi, se quiser.

Charlotte acabou deixando uma leve risada escapar e balançou a cabeça negativamente.

-Não vou chorar... Tenho guardado minhas lágrimas por anos, vou deixar pra chorar em um evento importante.

-Você vai ficar bem, e vai dar um jeito nisso -ele sorri para ela e deposita um beijo em sua mão. -Viu só? Conseguimos ser amigos de uma forma respeitosa.

-Estamos evoluindo para uma pura amizade -ela retrucou com sarcasmo e sorriu, então pegou seu celular ao ver que alguém estava ligando. -É o Damon, nada importante.