Londres, Inglaterra. 1933. (Flashback)
...Já era madrugada. As belas ruas londrinas estavam completamente desertas e silenciosas. Mas em uma antiga mansão na The Bishops Avenue reinava com um pequeno caos, ou pelo menos o final de um.
Vinte e três cadáveres estavam espalhados pela longa sala. Seus pulmões e pescoços dilacerados, alguns grandes machucados no crânio, carbonizados ou estripados e outros haviam perdido seus corações... Cada um tinha tido uma morte diferente. A única semelhança eram as poças de sangue que manchavam o porcelanato branco.
Um som ecoou quando o último corpo caiu contra o chão.
Charlotte agiu com naturalidade, tirando as luvas de renda que haviam se encharcado com o sangue fresco. Ela as jogou em um canto, e voltou seu olhar para o homem sentado na escrivaninha.-Apenas 24 homens... Achei que você iria me oferecer algum desafio -ela dizia com sarcasmo.
Suas mãos foram limpas por um pano próximo, que logo foi jogado sobre o chão.
Ela levou a mão até as alças finas do próprio vestido, ajeitando-as em seus ombros. Charlotte usava um longo vestido e fino. O tecido era um cetim negro cintilante que deixava suas belas curvas bem delineadas, um pequeno decote um tanto convidativo era um dos complementos. A barra que se arrastava sobre o piso já estava ensopada pelo líquido vermelho das vítimas.Klaus deu um leve sorriso. Ele observou sua pintura sobre a tela, feita delicadamente com o sangue das pessoas que tinham sido mortas.
Ele largou o pincel sobre a mesa, admirando a mulher que se aproximava.-Tem razão -ele mantinha seu tom descontraído e superior de sempre. -Eu não deveria ter te dado um trabalho tão fácil.
Klaus se levantou, arrumando o terno em seu corpo. Ele deu um passo à frente, passando seu indicador sobre a pequena gota de sangue que escorria pelo canto dos lábios de Charlotte, o limpando. Ele levou o dedo até a própria boca, experimentando aquele doce sabor.
-Qual é o meu prêmio? -Charlotte inclinou a cabeça para o lado. Retribuindo o suave sorriso.
Klaus deu uma leve risada. Ele sempre achava interessante a forma como Charlotte agia, aquela típica pouca importância e o sarcasmo incessante. Uma superioridade e segurança que ele admirava.
-O que quer ganhar? -ele replicou.
-O que acha que eu mereço? -Charlotte arqueia a sobrancelha.
Ela ergueu um pouco a cabeça. Klaus a olhava em silêncio, apenas mantendo o mesmo leve sorriso no canto do rosto.
Ele passou a língua entre os lábios. Seu olhar deslizou por Charlotte desde os pés até a cabeça.-Ah, meu amor -Klaus dá uma risada nasal. -Eu tenho tantas ideias do que acho que você merece...
Ele apoiou sua mão sobre o ombro dela. Seus dedos deslizando desde a clavícula até o pescoço.
Charlotte deixou seus ombros imóveis, escondendo seu calafrio para poder continuar com aquilo.
Ela se aproximou, sua mão brincava com a gravata de Klaus.-Então... Esse vai ser meu prêmio? -ela indaga retoricamente.
Klaus sorriu da falsa ingenuidade de Charlotte, sabendo o quanto ela era boa com joguinhos.
Charlotte sempre soube seus limites com Klaus. Sabia que se ele quisesse poderia matá-la, bastava um passo em falso. Mas ela também sabia que ele não faria isso, por isso ela tomava liberdade de brincar com ele sempre que quisesse.
Isso era uma das coisas que chamava a atenção do híbrido, aquela herege era uma das únicas que jamais abaixava a cabeça para ele.-Kol não iria gostar de saber disso -Klaus provocou, obviamente não se importando com o irmão.
Foi a vez de Charlotte de rir. Ela apoiou seu braço sobre o ombro de Klaus, ele entendeu aquilo como uma chance de se aproximar mais.

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A Devil Romance
Fiksi PenggemarKai Parker, a ovelha negra do Clã Gemini. Todos já sabemos da história de Kai Parker, o sociopata que matou toda a família... Mas na verdade a história é um tanto diferente do que pensávamos, apesar de tudo, Kai Parker já teve um amor épico, que o a...